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O amor de Saramago por Berlusconi

Eu a pensar que dizia mal do Berlusconi, mas o Saramago bate-me aos pontos:

“Esta coisa, esta enfermidade, este vírus ameaça ser a morte moral do país de Verdi se um vómito profundo não o conseguir arrancar da consciência dos italianos, antes que o veneno acabe corroendo as veias e acabe destroçando o coração de uma das mais ricas culturas europeias”

Tirado do Público

Adenda : Texto completo no DN

Irão : ditadura ou democracia?

Há algumas semanas fui ver o Persepolis aquando da sua projecção pelo Projecto *Aurora em Rio Maior.

Antes do filme, e como é costume, o mentor do projecto – que tem nome, mas que eu não me lembro – fez uma apresentação do filme onde falou do Irão como ditadura.

Ora bem, no Irão há eleições e como tal falar em ditatura pareceu-me exagerado, uma democracia musculada ainda vá. E para esclarecer essa divergência, fui falar com ele no fim da sessão, e após essa conversa fiquei com menos certeza na minha posição.

Ora bem! Eu não gosto de ficar com dúvidas sobre os assuntos que me passam à frente e vai dai, fui para a Internet à procura de informação mais detalhada sobre o regime Iraquiano. Após pesquisa semi-intensiva na Internet fiquei na mesma e decidi entrar em contacto com bloggers Iranianos para ouvir a opinião deles na primeira pessoa.

Dos vários que contactei apenas um me respondeu, o – ou a? – Tori Egherman do blog View from Iran. Com a autorização dele/a transcrevo aqui os emails que recebi:

“Iran is not a dictatorship because it is not run by any one person or group. Despite all of its draw backs and problems and abuses, Iran does have a constitution and an evolving legal system.

It is more like a government of competing groups of oppressors. Is there a name for this type of government? Not sure. I would not call Iran a democracy just because it holds elections. A democracy needs independent civil institutions and a free press in order to thrive. Iran does not have many independent civil institutions and does not have a free press. In Iran, they joke that “we have free speech. We just do not have freedom after speech.” That’s the case.”

“Iran has a private press, but it is censored and harassed by the powers that be. People generally won’t have problems speaking their minds as long as they do not organize. So you can be on the street talking trash about the system as long as you are only talking to friends or to the butcher or the taxi driver and not trying to organize an opposition movement. There are topics that are off limits such as the Supreme Leader, who is now Khamenei.

If you are being watched by the Intelligence services, you could find yourself in a world of trouble for anything at all: your email, a satellite dish, alcohol. It just depends on how threatened the regime is by you.”

Ficaram esclarecidos? Eu fiquei. 🙂

Em quem votar nas europeias?

Se estiverem na dúvida, como eu, o melhor é usarem métodos “científicos” para chegaram a alguma conclusão.

O site EU Profiler, depois de respondermos a algumas perguntas, mostra a nossa posição em relação à problemática integração/”desintegraçao” na UE e a nossa tendência socioeconómica – a famosa esquerda/direita- .

Eu fiquei aqui:

posicaopolitica

Curiosamente, pensei que o resultado no eixo da integração na EU ia ser mais elevado, afinal não, sou um nacionalista empedrenhido 🙂

Em quem não voto para as europeias, já eu sei.

É normal não se concordar com tudo o que o partido em que votamos acredita. Mas há coisas que passam todos os limites do que eu considero aceitável e, são por si só, suficientes para me tirar toda e qualquer vontade de votar neles. Se calhar ando muito sensivel 🙂

– CDS/PP e PC/CDU estão sempre fora de questão.

– PSD anda, de momento, exagerademente mal frequentado.

– O PS tem uma número quatro da lista – a Elisa Ferreira –  que diz «Eu vou ao Parlamento Europeu assinar o nome. Quero é vir para cá, para o Porto».

– O Bloco de Esquerda tem nos seus tempos de antena uma série de videos, que intitulam de Fantasbloco, que são  de extremo mau gosto – quando vistos no contexto em que estão –  e que me recuso a colocar no meu blog mas que podem ver aqui, aqui e aqui.

Sendo assim, quem é que sobra?

A Itália mais uma vez em destaque pela negativa

A Itália, sob o comando da alimária Berlusconi, têm-se tornado cada vez mais o exemplo do que um país civilizado não deve ser.

Da mesma maneira que Portugal serve de exemplo, aos países que estão para entrar para UE, sobre como desperdiçar fundos de coesão , a Itália é neste momento – não é oficial, é a minha opinião – o molde pelo qual os novos países NÃO se devem guiar em relação a políticas sociais e comportamentos do chefe de estado.

«A obrigação de ajudar os países pobres

A Europa é um clube de ricos e Portugal é um dos seus membros, por muito que se fale de crise e as desigualdades sociais no País sejam ainda superiores às do resto do continente. Por isso, a obrigação de contribuir com ajuda aos países em desenvolvimento, um compromisso assumido pela União Europeia e que prevê que em 2010 os 15 Estados anteriores ao alargamento de Maio de 2004 estejam a disponibilizar em apoio económico 0,51% do seu rendimento nacional bruto (RNB). Isso significará no caso português perto de 890 milhões de euros, ou cerca de 85 euros por cada habitante do País.

Mas para lá se chegar, e falta pouco, terá de haver um esforço significativo. No ano passado, a ajuda total portuguesa foi de 470 milhões de euros, o equivalente a 0,27% do RNB.

Em termos globais, só cinco dos 15 países estão já a cumprir os 0,51%, com destaque para o Luxemburgo. Pior que Portugal estão três países. O caso da Itália, que ocupa o fim da tabela com apenas 0,16%, é o mais chocante. Ao mesmo tempo que adopta medidas repressivas para combater a imigração ilegal, o Governo de Silvio Berlusconi corta nas ajudas aos países pobres, de onde vem a maioria dessas pessoas desesperadas por um futuro. É desconhecer que o mundo é global e que a pressão migratória só se contraria atenuando as desigualdades regionais.»

Editorial do DN de 15 de Maio de 2009

Cérebro, para que te quero?

Passou ontem à noite no canal História o documentário “Armas de fraude maciça” sobre a vergonha da cobertura jornalistica da guerra do Iraque.

Para quem não se lembre, todos os meios de comunicação cobriram a história de um único ponto de vista: o ponto de vista da administração Bush. Este documentário mostra a máquina de propaganda que permitiu que isto acontecesse. Desde a integração dos jornalistas nas unidades de combate à diabolização de quem tivesse uma opinião contrária, passando pela ridícula ligação entre a  Al-Qaeda e o Irauqe, tudo foi programado ao milimetro.

Sinto-me hoje orgulhoso de ter sido dos poucos que sempre chamei a atenção para a vergonhosa manipulação que muitos de vocês – o correcto seria: muitos de nós, mas recuso-me – estavam a aceitar de braços abertos.

Esta falta de espirito critico, é triste e não há maneira de desaparecer. Estou a ficar FARTO!

Porque é que as pessoas se recusam a pensar – e depois jogam sudoku para “exercitar” o cérebro?
Porque é que acreditam em TODOS os perigos inventados que vêm em e-mails?
Porque é que acreditam em TODAS as “correntes de sorte” e merdas afins que vêm em e-mails : não acredito, mas pelo sim pelo não vou reencaminhar ?

Por exemplo, esta  mania de dizer mal do governo (seja ele qual for, o que interessa é dizer mal do governo) é absolutamente fantástica. Já por mais que uma vez recebi e-mails a dizer mal do governo, politicos ou outras personagens conhecidas que tive o cuidado de comprovar serem falsos e enviar o resultado da minha pesquisa a quem me enviou o e-mail. O que seria normal, justo e digno de seres pensantes, seria essa pessoa ter o cuidado de enviar um segundo e-mail – especialmente aos outros a quem enviou o e-mail falso – a dizer :

“oooppss, estava enganado. essa informação era falsa.”

Alguma vez receberam um e-mail destes? Eu não! Um e-mail a desmentir uma noticia falsa? who cares!?

Enfim, mas estou a fugir ao tema (este assunto, tira-me do sério). Se puderem, vejam o documentário é bastante interessante – e não obrigatoriamente completamente verdadeiro, claro está!

O fim da birra

Os embargos a países que têm governantes de quem os embargadores não gostam devem ser das acções mais ineficazes que alguma vez se fez.

Suponho que a ideia é a que de a população do país embargado passe mal, culpe o seu dirigente e faça uma revolução. Pois, mas as coisas não se passam assim. o que se passa, é que o dirigente – que continua a viver bem – controla a informação onde culpa os países embargadores pelo sofrimento da população que por sua vez está preocupada demais em sobreviver para ter tempo para golpes de estado.

Já é altura de acabar com a birra dos embargos, já é altura de perceber que não funciona, já é altura de não punir a população de paises debaixo de presidentes/reis/ditadores estúpidos.

Obama, com o pragmatismo a que nos tem habituado veio acabar – ou para sermos mais correctos: suavizar, porque não foi o Fim do embargo, mas foi muito mais do que algum dos presidentes anteriores fez – com mais uma birra Americana que durou tempo demais.

«…O Presidente Barack Obama ordenou ontem o levantamento das restrições às viagens de cidadãos com familiares em Cuba e ao envio de dinheiro para a ilha liderada pelos irmãos Castro. E mais: abriu caminho para as empresas de telecomunicações dos Estados Unidos fazerem negócios em Cuba e mandou a Administração avaliar a possibilidade de iniciar voos comerciais regulares entre os dois países.
Estes anúncios não representam o fim do embargo a Havana, mas constituem a maior fenda já aberta numa política com 47 anos…»

In Público