Assalto a Turku: Dias 7, 8

Com o Inicio do ETOC o tempo ficou apertado e não consegui escrever mais.

Estou a escrever este resumo 5 dias depois de termos voltado e como tal os pormenores já se me escaparam da memória, mas fica a intenção. 
No dia 7 foi o segundo dia da competição de PreO. Para mim, uma das provas menos interessante que fizemos na Finlândia.  Muita vegetação a complicar a visibilidade e pontos muito longe.  
Depois da prova, as habituais reclamações e esperas para saber os resultados, seguir para a TOM, depois para a entrega de prémios, jantar e dormir. Pufpuf
Dia 8: dia de estafeta, a prova que nos deixa mais nervosos. Ninguém quer estragar o resultado da equipa. 
Esta foi provavelmente a prova mais interessante. Muitos afloramentos e curvas de nível. Pontos próximos com boa visibilidade. “Só” era preciso ler bem o terreno, mas não deixava de haver pontos estúpidos como um com duas balizas numa reentrância a menos de dois metros uma da outra. 
A prova correu muito bem ao João, ficou com um tempo de cerca de dois minutos, O Luís espalhou-se num dia cronometrada e ficou com quatro minutos, já eu, só consegui fazer seis minutos. Os cronometrados até correram bem, mas falhei quatro no PreO. Dois nitidamente devido a culpa minha, os outros dois… enfim, daqueles que tanto dá para um lado como para outro conforme ao que nos agarramos.
A seguir à estafeta tivemos quase uma hora para passear! Aproveitámos para ir espreitar uma ou duas ilhas perto da prova. As ilhas são iguais ao que já conhecíamos, com muitas pedras e pouco desnível. 
É tudo tão plano que eu diria que se o nível do mar descer meia dúzia de metros, deixa de haver ilhas.

Assalto a Turko: Dia 6

Let the games begin!
Hoje foi o primeiro dia de competição do ETOC 2024. Entre quarentenas, análises de mapas e espera pelos resultados, o dia não deu para mais nada.
 A prova tinha 32 problemas para fazer em 2h03; curto para a dificuldade dos problemas. Alguns problemas tiveram de ser resolvidos em modo rápido para chegar ao fim a tempo.
Houve um ponto anulado, que tinha sido um dos que eu tinha falhado 🙂
Muitas falésias com pontos no alto e demasiados esporões com pontos pelo esporão abaixo.
Foi um par de horas bem passado com resultados para todos os gostos.
O João só falhou um ponto e ficou no grupo da frente, já que não houve ninguém que acertasse tudo.
O Luís falhou 3 e ficou no primeiro terço da classificação.
Eu falhei 7, 2 provavelmente podia ter acertado se tivesse visto alguns detalhes que analisando à posterior pareciam óbvios mas os outro 5 eram um bocado mais manhosos.
Independentemente do resultado, foi uma prova divertida. Venha a próxima!

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Assalto a Turku: dia 5

Hoje foi dia de model event. 15 pontos, uma estação cronometrada e duas de TempO. Terreno rochoso como é da praxe. Uma parte de terreno com afloramentos e outra com apartamentos afloramentos verticais, também conhecidos como escarpas. 
Terreno simpático e a maioria dos pontos interessantes. Correu-nos a todos de maneira semelhante, nada de brilhante mas também nada de escandaloso. 
Depois da prova demos um salto ao clube de natação de águas geladas que por sinal estava bem quentinho. O clube claro, a água estava fresquita mas tinha uma cor pouco convidativa. Tinha uma visibilidade que não chegava a meio metro, not my cup of tea.
Como as nossas partidas no model eram da parte da tarde ainda deu para fazer um treino de pedestre da parte da manhã usando uns mapas que o Arturo tinha trazido impressos. O Arturo é amigo!
Para que conste os terrenos sei são de sonho. Seja para precisão, seja para pedestre.

Assalto a Turku: Dia 4

Começou hoje o ETOC!

Foi o dia da cerimónia de abertura e do jantar oficial.
A cerimónia foi uma coisa simples com as equipas numa praça a ouvirem dois ou três discursos e a banda filarmónica do clube de orientação que organiza o evento.
Seguiu-se o “jantar” em modo buffet com saladas e …pizza :-/
O restaurante/bar tinha por baixo um salão de bowling onde o João e o Luís não querendo deixar em mãos alheias nenhum prémio fizeram respectivamente 162 e 161 pontos, os mais altos da noite tendo o João ganhado uma caixa de chocolate.
No início do dia fizemos mais uma prova de treino num terreno muito bom com desafios interessantes. Tinha 27 pontos, o Luís falhou 1, o João 2 e eu uns simpáticos 5 😛
De seguida ainda deu tempo para ir fazer uma corrida. Escolhemos no mapa uma zona com bom aspecto, fomos até lá e fomos surpreendidos com um pequeno bosque no meio de casas cheio de belos e maravilhosos afloramentos óptimos para correr. O bosquezito albergava um percurso de disc golf. Não estou a ver muito bem como se manda e encontra um disco no meio de tantas árvores, mas só isso em si deve ser um fartote!

Assalto a Turku: Dia 3

Segundo e último dia da prova de ETOC Warm Up.

O dia começou com uma visita ao terreno do Sprint PreO que não fizemos. Passámos um par de horas a analisar o mapa e o terreno. Era um terreno com muitos detalhes rochosos (claro) e com pouca vegetação e a prova fazia toda a partir de uma ciclovia plana. 
Definitivamente um terreno muito mais interessante do que a prova do dia anterior. Foi um exercício agradável que valeu bem a pena.
De tarde fizemos a segunda prova deste warm up. E esta sim, era uma prova digna de registo.
Terreno maioritariamente com boa visibilidade e sem pontos de localização impossível. Hoje já se viu quem é craque e houve  8 atletas com todos os resultados certos.
O Luís só falhou um ponto e mesmo assim só lhe deu um 22º lugar. Já o Valente falhou 2 e ficou em 49º. Já eu, É melhor não falhar nisso 😀
Pela primeira vez numa prova comecei a ficar sem tempo e tive de fazer bastantes pontos sem pensar muito para acabar dentro tempo. Juntando um par de erros parvos, fiz 6 erros, o que me deu o 119ª lugar em 158 atletas.
O dia foi acabado em “amena” cavaqueira a analisar o percurso, estratégias e asneiras da competição. 
AH! Já me esquecia do momento “divertido” do dia anterior:
Quando chegámos ao apartamento à noite no domingo, o apartamento estava vazio! Tinha desaparecido tudo mas curiosamente estava tudo perfeitamente limpinho e arrumado!
Porra!!! Fomos assaltados! Mas arrumaram depois de roubar? WTF?!!
Verificámos melhor. Estávamos no andar errado e o apartamento na mesma posição tinha a porta aberta, apesar de não nos termos apercebido e termos usado a chave… LOL

Assalto a Turku: dia 2

Hoje foi dia da primeira competição. Primeira de duas provas de pre-o no evento “etoc warmup” uma prova que antecede o prato principal, o ETOC – campeonato europeu de orientação de precisão.

Prova com 30 problemas e pouco mais de duas horas de duração.
Turku é uma cidade construída em cima e à volta de pedras, elemento que sabíamos não faltar nos mapas. Mas junto com as pedras tivemos direito a quantidades generosas de vegetação que ocultavam as estrelas da companhia. Juntando a isso um estilo de problemas já não muito usado e de resolução duvidosa deixou-me apreensivo. Isto está mesmo mau ou sou eu que não percebo nada disto?
Quando acabei o Luís também estava com cara que não tinha sido atropelado por um comboio de dúvidas existências. Finalmente chegou o João e também não vinha muito feliz.
E em conversas e pelos posts de outros atletas ninguém estava contente. Acho que para hoje todos vão levar moedas para atirar ao ar para escolher algumas das respostas.
No final até nem correu mal. O João conseguiu um excelente quarto lugar, eu fiquei em 50 e o Luís em 60, isso em 150 atletas mais coisa menos coisa.
Depois da prova ainda deu para fazer uma corridinha em floresta e acabámos o dia no apartamento dos espanhóis a testar a insonorização da construção finlandesa.
O meu projecto “como transformar os finlandeses em pessoas comunicativas” vai de vento em popa e eu diria que todos os que já indoutrinei (para aí 10% da população de Turku, ou mais!) estão prontos para cumprimentar pessoas com quem se cruzem!

 

 

Assalto a Turku: dia 1

Directas não é bem o meu departamento.
Por isso, sair de casa à meia noite para ir para o aeroporto apanhar o avião com chegada ao destino aí meio dia com sonecas em aeroportos e aviões pelo caminho foi um suplício mas fez-se.
Chegada ao destino, carro alugado sem stress… Sem stress se não contarmos a parte de tentar colocar o carro eléctrico híbrido a andar. 15 minutos para perceber o que fazer com aquilo.
O tempo está óptimo, solinho maravilhoso e calor qb.
Já nos instalámos no apartamento e já nos abastecemos. É jantar e ir dormir.
Entretanto já comecei o plano maquiavélico de obrigar os finlandeses a ficar bom dia quando passam por alguém e a interagir com estranhos que precisam de ajuda. Mooohhhaaahaaaha.

 

 

 

 

Devaneio do Verão de 2023

“É a bola ou o correio da manhã?”

“Nã… é um jornal a sério”

“ah…ok”.

A resposta saiu-me espontânea, sem tempo para pensar saiu arrogante e inútil. Ainda disse “este tem desporto que chegue…” mas o meu interlocutor já tinha desligado. Agora com tempo uma resposta melhor ocorreu-me “nã.. é o público. O CM é só desgraças, traz pouco de interessante e a bola é só futebol, este pelo menos fala de todos os desportos” … bah! Muito longo também não serve. Devia ter enveredado por algo mais socrático “Só posso escolher uma dessas duas opções?”

Minutos antes tinha estado a observar a mesa do meu interlocutor. Eram 3 ou 4 homens, 2 mulheres, uma adolescente e dois crianços. Elas, não eram, mas pareciam ciganas à conta dos cabelos liso e compridos; os crianços brincavam com armas de plástico made in china, já não me lembro da última vez que tinha visto semelhantes artefactos.

Na mesa ao lado, mesmo à minha frente, um casal de leste com Português quase perfeito partilhava mesa com um casal Português de meia idade, no braço uma tatuagem de um coração onde se lia “amor de mulher”. O assunto eram os problemas conjugais do costume; Se bem percebi o cidadão de leste ainda tinha menos vontade de se dedicar à bricolage do que eu.

Um casal novo, mulato e com ar urbano estava na fila para pagar. Pareciam peixes fora de água naquele ambiente branco, rural e parado no tempo.

O pessoal do “restaurante” também não parecia encaixar bem. Atrás da caixa com voz calma, barba curta, óculos e pouco cabelo fez-me lembrar o Rui Tavares. Não que fossem parecidos! Se o afirmasse em tribunal perdia com toda a certeza, mas a mim, lembrou-me o Rui. Já o moço que me serviu, cabelo apanhado, barba aparada, brincos, tatuagens abundantes e sotaque brasileiro ficava mais enquadrado no Extramuralhas do que aqui e destoava tanto como eu com o meu jornal que ainda por cima não era nem a bola nem o correio da manhã.

Sinto-me em Marrocos, é o que a “falta de sofisticação” do “restaurante” me faz lembrar. Não! É A Áustria; a ruralidade faz-me lembrar aquela festa relacionada com os madeireiros onde caímos de paraquedas. Faltam os suspensórios, mas tem salsichas. Ou será que parece mais a Argentina com pessoas simplesmente a apreciar a vida? Na realidade, tem muito pouco a ver com cada um dos cenários, mas sabe bem vê-los assomar à memória por tão pouco.
As ligações que faço entro o que vejo e o que leio no jornal (que não é a bola nem o correio da manhã) são de relação duvidosa, há que não tirar demasiadas conclusões. Não o faço. Limito-me a ginasticar os pensamentos, fazer jogos mentais que exercitam o raciocínio: Misturo tudo num pot-pourri de ideias, bebo um copo para limpar e começo de novo.

Estava, portanto, nas minhas sete, ou talvez mais, quintas a ler uma entrevista a um moço que é assistente social e/ou investigador em bairros problemáticos em Lisboa, a fazer people-watching e a misturar com o filme do dia anterior, o “A Primeira Purga”, onde num futuro próximo num bairro de Nova York é feita uma experiência radical: durante 12 horas não há ilegalidades. Nesse filme vale tudo até arrancar olhos. Sob o pretexto de deixar as pessoas descarregarem as frustrações da vida através de actos de violência gratuita, o objetivo é diminuir a população pobre.

Isso faz-me lembrar o artigo de ontem sobre a definição de partidos de extremistas e partidos radicais. Olho à minha volta. Quantas destas pessoas estão piursas da vida e vão votar no Chega porque eles é que vão acabar com <preencher com coisas que não se gosta>?

O texto de um tal Casanova sobre o futebol nas Arábias lê-se muito bem e o de uma moça enfermeira sobre educação sexual, idem-idem aspas-aspas. O arroz está um bocado empapado, mas o vinho escorrega bem. Dou por mim a jurar que não volto a passar tanto tempo sem comprar um jornal.

 

Rumo ao Norte: Dias finais

e as férias acabaram da mesma maneira que começaram: calmamente a ler, caminhar e a mergulhar nas águas quentinhas do cantábrico.

Depois do campismo La Paz voltámos a Gijon onde passámos mais um par de noites no campismo onde aproveitámos para mais uns mergulhos e conhecer o resto “recorrido costeiro” que nunca tinhamos percebido que era tão comprido.  Começa na ponta da praia oposta ao campismo, passa por este e segue para leste onde passa por mais 4 ou 5 praias. Coisa gira de fazer.

Na volta, parámos em Oviedo para a Sidra final e uma última paragem antes de passar por Leon por um restaurate do Ezequiel (famoso pela cecina) no meio da montanha. Uma loucura de gente! Só a servir eram mais de 20 pessoas. Um movimento como nunca vi. Comemos a nossa última cecina acompanhada de um tinto de verano e uma clara.

E está feito 🙂

Rumo ao Norte: Dia 12

Acho que já perdi um dia, mas tudo bem.
Hoje continuamos no campismo de La Paz. O tempo está um bocado miserável e o mar acompanha, por isso deu para molhar os pés e pouco mais.
Por outro lado, está maravilhoso para caminhar. Foram 7 kms para o lado Este e 14 para o lado Oeste.
Para o lado Este é jeitosinho, passa-se por uma vila muy bonita e depois vai-se sempre a ver o mar
Para o lado Oeste é uma grande seca até chegarmos aos bufons. Uns buracos no calcário por onde o mar entra e faz os belos sopros. Mais 1,5 km e chega-se ao rio … coiso… pequeno mas limpo enfiado entre ravinas de calcário. muy jeitoso.
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Cláudio nas Nuvens