A Itália mais uma vez em destaque pela negativa

A Itália, sob o comando da alimária Berlusconi, têm-se tornado cada vez mais o exemplo do que um país civilizado não deve ser.

Da mesma maneira que Portugal serve de exemplo, aos países que estão para entrar para UE, sobre como desperdiçar fundos de coesão , a Itália é neste momento – não é oficial, é a minha opinião – o molde pelo qual os novos países NÃO se devem guiar em relação a políticas sociais e comportamentos do chefe de estado.

«A obrigação de ajudar os países pobres

A Europa é um clube de ricos e Portugal é um dos seus membros, por muito que se fale de crise e as desigualdades sociais no País sejam ainda superiores às do resto do continente. Por isso, a obrigação de contribuir com ajuda aos países em desenvolvimento, um compromisso assumido pela União Europeia e que prevê que em 2010 os 15 Estados anteriores ao alargamento de Maio de 2004 estejam a disponibilizar em apoio económico 0,51% do seu rendimento nacional bruto (RNB). Isso significará no caso português perto de 890 milhões de euros, ou cerca de 85 euros por cada habitante do País.

Mas para lá se chegar, e falta pouco, terá de haver um esforço significativo. No ano passado, a ajuda total portuguesa foi de 470 milhões de euros, o equivalente a 0,27% do RNB.

Em termos globais, só cinco dos 15 países estão já a cumprir os 0,51%, com destaque para o Luxemburgo. Pior que Portugal estão três países. O caso da Itália, que ocupa o fim da tabela com apenas 0,16%, é o mais chocante. Ao mesmo tempo que adopta medidas repressivas para combater a imigração ilegal, o Governo de Silvio Berlusconi corta nas ajudas aos países pobres, de onde vem a maioria dessas pessoas desesperadas por um futuro. É desconhecer que o mundo é global e que a pressão migratória só se contraria atenuando as desigualdades regionais.»

Editorial do DN de 15 de Maio de 2009

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