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7 Maravilhas, para que conste

É um “concurso” organizado por uma empresa chamada EIPWU, Lda (NIF 508318939), que se tem site está bem escondido.

A empresa NEW SEVEN WONDERS PORTUGAL, S.A.  (NIF 507800052) detêm a marca “7 maravilhas de Portugal” que suponho seja um franchising da marca “New 7 Wonders” e suponho que delegou na EIPWU a organização deste evento.
(actualização 3/7/2019 entretanto a NEW SEVEN… fechou – ver nota no fim- e a EIPWU passou a ser a detentora dos direitos das marcas mais recentes como a “7 MARAVILHAS DOS DOCES”).
Podem consultar AQUI.

Não sei quem paga a fatia maior destes festins, mas muito cai em cima dos municípios que pagam em troca de, julgo eu, receitas de turismo.

Não passa de um negócio, um franchising, que enche os bolsos a essas empresas enquanto anda toda a gente a falar da alheira e do chouriço.
E não esquecer que é um evento nacional, não traz turismo de fora.

Será que compensa aos municípios o dinheiro que gastam com esta brincadeira? Não sei.  Mas acho útil sabermos exactamente do que se trata e que alguém com mais informação sobre o assunto que investigue .

Só para terem uma ideia:

Turismo de Lisboa e Vale do Tejo->EIPWU:
Adjudicação no procedimento de ajuste directo para a organização, promoção e gestão da realização do evento As 7 Maravilhas da Gastronomia, na cidade de Santarém
487.500,00 €

Associação Turismo Açores->New Seven Wonders Portugal, SA:
Prestação de serviços de organização e promoção da realização do evento “As 7 Maravilhas Naturais de Portugal®” no Arquipélago dos Açores
1.550.000,00 € 

Se quiserem ver o resto vão a: http://www.base.gov.pt/base2/html/pesquisas/contratos.shtml?tipo=1 e coloquem os NIFs das ditas empresas.


ACTUALIZAÇÕES:

18/11/2020: O Observador publicou um artigo sobre o assunto (ainda não li).

3/7/2019: Ao consultar o o Portal MJ para saber a quem pertencem as entidades acima referidas deparei-me com esta informação de Março de 2016 sobre a NEW SEVEN WONDERS PORTUGAL, S.A.  :

Aos credores, sociedade, accionistas e administradoresPelo presente aviso, e em cumprimento do disposto no número 4 e 5 e 7 do artigo 8.º do RJPADLEC e n,º 1 do artigo 167.º do Código das Sociedades Comerciais ficam notificados os credores, a sociedade supra identificada, bem como os seus accionistas e administradores, de que teve início o procedimento administrativo de dissolução, pelo facto de, durante dois anos consecutivos, a sociedade não proceder ao registo da prestação de contas.

10/05/2012 :  Há umas semanas escrevi no Região de Leiria uma crónica sobre o mesmo assunto.

“Obrigadinho pela vergonha”

Coluna do Ferreira Fernandes no DN de 3/3/2011:

A todos os bancários com 58 anos que estão há dez anos na reforma. A todos os jornalistas com dentaduras como teclados de piano pagas quase de borla antes que lhes tirassem essa trafulhice. A todos os maus professores que subiram na carreira só porque passaram tantos anos no ensino quanto os passados pelos bons professores. A todos os mestrandos com idade para saber que nunca exercerão o que estudam, mas que vão aproveitando porque entretanto sempre vai pingando a bolsa obtida graças à influência de um familiar. A todos os condutores de Mercedes que o têm porque o seu nível de patamar do emprego diz “direito a carro de classe X”, quando a qualidade com que exercem o trabalho seria mais para andar de burro. A todos os autarcas que fizeram obras em casa e não precisaram de pagar por elas. A todos, pobres e ricos, donos de jantes de liga leve e filhos com educação ainda mais leve. A todos os que lá em casa bebem vinho vulgar mas durante a semana, com factura metida na tesouraria da empresa, hesitam entre o Pera Manca e um Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa. A todos os empresários que declaram às Finanças prejuízo e aos amigos declaram que este ano vai ser Maldivas. A todos: obrigado. Ontem, vendo os meus feitores, humildes e com a boina enrodilhada nas mãos, prestando contas à dona alemã da quinta, senti a minha parte da vergonha. Mas a todos, obrigado: graças a vocês sei que há maiores culpados.

Para quem acha que a Wikileaks só ataca os EUA

Rui Tavares sobre  a Wikileaks:

“…Mas não deixa de ser uma enorme ironia que a wikileaks possa ter crédito a reclamar por uma revolução democrática no médio-oriente arabo-islâmico. O Ocidente suspirou — ou fingiu suspirar — por essa fugídia criatura todo este tempo. Invadiram-se dois países, morreram centenas de milhares de civis e milhares de soldados, gastaram-se biliões de dólares, passaram dez anos. E, num mês e meio, a wikileaks teve sucesso onde a NATO falhou.”

Certificação de Software de Facturação

E-mail enviado ao Diário de Noticias e ao Região de Leiria.

  • Publicado, ligeiramente abreviado, no DN  do dia 14/12/2010 com o título “Quem manda no País”.
  • Publicado, ligeiramente abreviado, no Região de Leiria do dia 23/12/2010 na secção “Cartas do Leitor” com o título “Quebra-cabeças para as empresas”.


Nos últimos anos tem sido pedido às empresas um esforço significativo nas suas obrigações fiscais. Esse esforço é não só financeiro devido à obrigatória constante actualização de software, mas também organizativo devido à necessidade de alteração de processos. A certificação de software que dita cegamente que não se pode alterar documentos que se destinem aos cliente depois de finalizados, é um grande quebra cabeças para as empresas especialmente para as que fazem exportação. Entendo que seja necessário evitar a fuga ao fisco e que este é um bom método, apesar de na minha opinião as grandes dificuldades que causam em quem cumpre anularem completamente as vantagens do sistema. O que já não compreendo é a alínea da portaria que diz que “excluem-se do disposto … os programas de facturação utilizados por sujeitos passivos que … utilizem software produzido internamente ou por empresa integrada no mesmo grupo económico”, ou traduzindo para Português : “estão isentos deste grande molho de brócolos os grandes grupos económicos”.

É muito triste ver que apesar da crise e das exigencias que nos pedem quem manda no país não são os politicos eleitos mas as empresas que os apoiam e financiam. A constatação cada vez mais evidente, de que não vivemos numa democracia mas numa plutocracia, enoja-me e entristeci-me.

Cláudio Tereso
Marinha Grande

Os Mercados II

E-Mail enviado ao Região de Leiria

Publicado na secção “Cartas do Leitor” no Região de Leiria de 3 de Dezembro

Francisco Figueiredo  na sua crónica “Das Margens do Liz” [última página da edição de 19 de Novembro] liga a taxa de juro à divida Portuguesa ao discurso dos políticos. Segue o pensamento geral de que, se nos portarmos bem, os mercados tratam-nos bem. Lamento, mas não tem sorte nenhuma. Esse discurso permanente dos órgãos de comunicação não tem pés para andar. Aconselho o Francisco a consultar os dados sobre as taxas de juros para Portugal e a Irlanda. Vai verificar que nos últimos meses andaram de mãos dadas; quando uma sobe a outra sobe, quando uma desce a outra desce. Das duas umas, ou na Irlanda os políticos têm o mesmo discurso nos mesmos dias que os políticos Portugueses ou então a taxa de juro não têm nada a ver com o discurso político interno. Eu aposto na segunda.

Cláudio Tereso
Marinha Grande

A Iª República vista por Rui Tavares

Tirado do blog do Rui Tavares

Parece que a Iª República cometeu o grande pecado de ser uma balbúrdia, — mas por oposição a quê? Pelos vistos, deve haver quem ache que o resto do mundo era, naquele primeiro quartel do século XX, uma espécie de pacífico jardim.

Não era; desde ocupantes de cargos eleitos a cabeças coroadas, do primeiro-ministro de Espanha ao arquiduque da Áustria, houve homicídios para todos os gostos naquela época…

Bonk, batemos no fundo.

Ilibar um corrupto com a desculpa ridícula de que o vereador que tentou corromper não era o certo, parece coisa tirada de filme série B ou de um país de terceiro mundo. Infelizmente não foi o caso… Esta história já tem umas semanas, mas merece ser relembrada com insistência, pelo menos até que o corrupto seja condenado e o juiz seja, pelo menos, despedido.

in Público : Caso Bragaparques: Relação absolve Domingos Névoa do crime de corrupção

Conspiração não é crime?

Há no caso das escutas um pormenor que não percebo. Não há consequências? Quer dizer, aparentemente temos uma pessoa próxima do presidente da república a conspirar contra o governo e não lhe acontece nada? Convém relembrar que um presidente dos EUA foi demitido por escutar a oposição. O que se passou foi uma tentativa de replicar esse acontecimento? Em que alhada estaria agora o nosso governo se o DN não tivesse publicado o fatídico e-mail? Como é possivel o presidente da republica fazer uma declaração sobre o assunto e não dizer UMA PALAVRA sobre o assunto e só falar de pormenores secundários? Como é possível que a personagem central, Fernando Lima, não tenha sido OBRIGADO a apresentar-se no parlamento para explicar ou desmentir a veracidade do dito e-mail? José Manuel Fernandes, quase-ex-director do Público, descaiu-se esta semana no Prós-e-Contras, e após ter dito que não confirmava nem desmentia a veracidade do e-mail, disse que o e-mail em causa era conhecido por 8 pessoas dentro do seu jornal!

Eu repito : Um assessor do presidente da república e 8 pessoas dentro do Público estavam a par, ou participavam, de uma conspiração contra o governo!

Visto que não há nenhum desmentido só posso partir do pressuposto que a história é verdadeira: Existiu uma conspiração entre Fernando Lima e pessoas dentro do Publico para derrubar o governo. Isto não é gravíssimo? Isto não é crime? Porque é que o Fernando Silva e respectivos cumplices não estão a ser julgados por conspiração?

Como cidadão Português, faço aqui um apelo a quem de direito para não deixar morrer esta história. Advogados, jornalistas, políticos… alguém! Por favor, OBRIGUEM o sr. Fernando Lima a explicar-se!

Prémio ESTUPIDEZ SUPREMA…

..para os políticos e comentadores que ontem achavam grave o computador do presidente não ser 100% seguro.

NENHUM computador é 100% seguro. Será que aquelas aventesmas não lêem noticias? Costuma aparecer noticias relacionadas com entradas em sistema da CIA e da NASA que suponho tenham informação mais importante, e portanto são muito mais seguros, que a rede da Presidência Portuguesa. É admissivel que pessoas com aquela responsabilidade sejam tão ignorantes sobre este assunto? NÃO!

Até o amigo Cavaco ficou escandalizado com a falta de segurança mas como diz Ferreira Fernandes:

“E o que dizer sobre o “fiquei a saber” – ontem acontecido a Cavaco, nas palavras do próprio – que os computadores de Belém são vulneráveis? O mais piedoso que há para dizer é que ele quis mesmo empurrar-nos para as suas suspeitas – manipular-nos, pois. Porque a outra hipótese, ele desconhecer, até ontem, que todos os computadores (de Belém à Casa Branca) são vulneráveis, essa hipótese é insultuosa para o Presidente de Portugal.

in DN