a difícil gestão do dinheiro.

Ao fim de uma semana acho que já nos sabemos safar, mas isto não é fácil!
A saber: o peso argentino está em queda livre e com uma inflação louca. Tão louca que hoje tudo se conta em milhares de pesos e a nota maior é de 1000 pesos e os preços são semelhantes a Portugal (pelo câmbio oficial) Vais jantar fora com um grupo de amigos? Conta com 40 ou 50 notas!
câmbio oficial. Neste momento está a cerca de 1 para 205 pesos. Num banco nacional é este o câmbio. Se fores ao multibanco é este o câmbio. Se passares com cartão é este o câmbio. Se pagares pela internet valores em euros (ou dólares) é este o câmbio.
Depois temos o câmbio “para turistas'” como lhe ouvi chamar. Este está a 1 euro para 360 pesos. Se fores a uma agência de câmbio é este o valor. Se pagares na net valores em pesos é este o câmbio.
Depois há o “blue”. Este só o apanho na western union. Instala-se uma app, carrega-se dinheiro com o visa e levanta-se nas agências Wu.
(Em Buenos Aires à malts na rua a cambiar em blue)
Depois há coisas mais raras. Restaurantes que te fazem 1 para 400 ser pagares o que consumiste em euros.
Isto tudo implica que tens de ter dinheiro contigo para poderes usufruir dos custos a metade do preço. O que implica ter dinheiro para trocar ou andar sempre à procura de agências Wu e ir para as filas e esperar que tenham dinheiro e não teres stress com o visa (o que estou a ter) e andares sempre com maços de notas, porque se acabam… Pagas com cartão… a 1 para 205. Enfim, todo um filme!

 

Argentina? Não, não. Uruguai.

E viva a internet! Estamos neste momento no autocarro entre Colónia e montevideo. Já reservei hotel para hoje, avião para ushuaia e alojamento lá para 2 noites. O tempo e stress poupado é incalculável.
Não se passou muito desde o meu último post, mas deixem-me voltar ao encontro de ontem com as moças viajeiras. Podem ter ficado com a sensação que não gostei de estar à conversa com elas, o que não é verdade. Foi uma conversa interessante e foi interessante perceber que estamos todos no mesmo barco. O que ver? Quando? Como lá chegar?
Uma das minhas angústias éo tempo que se passa em transportes e temos prevista uma viagem de 11 horas de autocarro de .. até ushuaia. Será que não morremos de tédio … E dores nas costas? Fará sentido esta opção? ” A viagem maior que fiz de autocarro foram 22 horas de ushuaia a …” Disse a alemã. Senti que o nosso plano afinal não era assim tão descabido ou dia do comum.
Como nós, também elas fazem marabalismos para fazer o dinheiro esticar. É bom perceber que não somos os únicos loucos com dinheiro contado mas que mesmo assim não abdicamos de viver.
Não sei quantos outros loucos andam por aqui, mas este encontro com estas moças (todas a viajar sozinhas. Todos nos conhecemos naquele momento) deu-nos uma sensação de pertença ao clube dos loucos que não abdicam de conhecer o mundo mesmo que o obrigue a viagens de 22h de autocarro.
algures entre Colónia e montevideo

Argentina, hoje em versão Uruguai

Hoje vimos um beija-flor. É um daqueles momentos em que percebemos que estamos um bocado longedas nossas geografias. 🙂
Mas comecemos pelo princípio. Estamos neste momento em Colónia de Sacramento uma localidade que durante anos andou a saltitar entre Portugal e Espanha acabando por ficar no Brasil quando este se tornou independente de Portugal e finalmente no Uruguai quando este se tornou independente do Brasil.
Já fizemos a visita guiada do centro histórico e já demos uma volta por toda a zona costeira. Uma tarde e está feito. Falta ainda ver os museus que são, se não me engano sete, onde se inclui um museu português e um museu do azulejo.
O ambiente é muito calmo e turístico qb com bastantes esplanadas a convidar para uma cerveja para refrescar do calor intenso.
Hoje foi um dia calmo com direito aquelas experiências dignas de filmes lamechas :p Conhecemos uma portuguesa, uma alemã e uma espanhola a viajar sozinhas pela América do sul. Todas entre empregos e sem saberem o que vão fazer a seguir. Estivemos uma hora à conversa com elas e eu a ver quando aparecia a Meg Ryan que fica sempre bem nestes filmes.
Colónia de Sacramento

o melhor do mundo são os amigos

O Ezequiel e a Valentina passaram por nossa casa há uns anos quando vinham de bicicleta da Dinamarca, onde viveram por uns tempos, a caminho da sua Argentina. Nunca perdermos o contato com eles e quando foi altura de escolher um destino para estas férias, reencontá-los pesou na escolha.
Tivemos uma recepção maravilhosa com direito a asado, o churrasco argentino, ao jantar no seu belo terraço, bem regado com vinho Malvec e cerveja Patagónia, e bem conversado com grandes gargalhadas (sim, minhas) graças à peculiaridade da língua Argentina. Cá para estes lados não há “ll” nem y”, só “ch” e ijó Calle é cache, yo é ijó
O primeiro dia foi passado a apreciar o dia a dia no bairro deles, La Paternal, de onde é originário o Maradona. O estádio onde começou a jogar, que fica perto, tem o seu nome e até uma espécie de capela onde Maradona está no lugar que normalmente é ocupado pelo Jesus man.
Até ver a experiência com os argentinos tem sido excelente. Interessados no que temos para dizer, conversadores e simpáticos. Hoje no belo café literário ao lado da casa dos nossos anfitriões (onde já fomos algumas vezes) perguntámos onde comprar um cartão para os transportes públicos e sem hesitações carregaram e emprestaram o seu próprio que não iam precisar nos dois três dias que iríamos precisar e estar fora.
Sim, estar fora. Estamos neste momento a caminho do Uruguai. Descemos até ao centro de Buenos Aires e apanhámos o ferry que atravessa o rio da prata em direção a Colónia de Sacramento, uma cidade “uruguacha” que foi em tempos portuguesa e depois de visitar vamos à capital do Uruguai, Montevideo, para depois voltamos a Buenos Aires para o casamento dos nossos amigos.
a caminho do Uruguai

Argentina: and so, it begins..

Como começar a explicar esta aventura? Talvez com uma pandemia que nos afastou de viagens e encheu de stress.
Pela parte que me toca, foram meses difíceis a gerir com o meu colega dos recursos humanos todas as regras e alterações necessárias para pagar impostos e salários. Foi complicado e acabou com o meu colega, que sofria do coração, a morrer de ataque cardíaco. Não tenho dúvidas que o stress pelo qual passou teve um peso importante neste desfecho.
Para mim foi a gota de água que fez transbordar o copo e decidi que precisava de uma pausa. Demasiados anos com servidores a depender de mim e muitos ataques de pânico quando algum falhava. Sempre em stress. 24 horaqs por dia, 7 dias por semana, mesmo durante as férias.
Era pois a altura para uma grande aventura por todos os motivos e mais um. Passei a pasta do stress dos servidores e aqui estou eu pela primeira vez em 23 anos de férias sem esse peso em cima.
Há que aproveitar enquanto temos pilhas (ainda teremos?) para esta aventura.
Assim, aqui vamos nós quatro semanas em direção a Buenos Aires, com passagem pelo Uruguai e pela Patagônia. Pelo menos é esse o plano. A ver, vamos.
início

Rota vicentina, dia 6: etapa 3

Hoje acordámos em almograve. A noite da passagem de ano era a única que tínhamos reservado antecipadamente e acabou por ser a única que não passámos em Santiago.
Fizemos uma passagem de ano calmissima a ver o Maik na RTP2. O Maik acabou antes da meia noite mas nós também. Estávamos com um pé na cama quando soaram os foguetes. Ainda abrimos as precianas para os ver.
Esta foi a etapa das batotas. A João quis ir ver o mar e deu-me boleia até ao Porto dar pombas. Menos 4 ou 5 kms..
As pernas hoje não queriam cooperar muito mas lá fui correndo ao longo das falésias. Perto do sardao entrei em modo urbano com estradões e alcatrão. Valeu pelo cabo e pelas cegonhas mas falésias.
Do cabo para sul foi sempre estradão. Corre, corre… Marquei com a João na praia de.. qualquer coisa.. a sonhar com um mergulho mas a porra da praia estava lá no fundo.
Dei por terminada a etapa a cerca de cinco quilómetros de estrada da zambujeira.
Pegámos no carro e fomos dar uns mergulhos no Carvalhal antes de acabar a etapa com outro belo almoço na azenha.

Rota vicentina, dia 5: etapa 4

Hoje foi dia de prato forte. Entre são Torpes e Odeceixe esta é sem dúvida a melhor etapa. Tem escarpados de encher o olho, descidas e subidas dignas de trail, belos caminhos no meio do pinhal e belas praias para banhar.
A etapa começa logo bem, na igreja da zambujeira do mar mesmo junto à costa. Segue pela praia da Vila e poucos quilómetros depois, praia do Carvalhal. Mar abrigado e calmo não há como resistir. Mais á frente vamos passar pela praia da Amália, parece que a moça passava lá férias. A praia tem um Ribeiro que acaba em queda de água, maravilha. O mar volta a convidar, são um segundo mergulho.
Mais à frente voltei a encontrar o casal alemão com que tinha estado na cavaqueira dos dias antes. Blablabla para aqui, blablabla para ali e dia caminho.
Eis que se passa pela azenha do mar onde estava a João já com mesa guardada num tasco em cima da falésia. Pedimos uns polvos e umas cenas porque não havia moreia, nem no dia seguinte quando reincidimos, e esperámos pelos alemães.
Muitas cervejas e uma hora depois eles seguiram a vida deles e eu fui um pouco depois.
Chegado à margem sul do rio Seixe, era necessário uma volta chata para chegar ao fim. Em alternativa como a João estava lá, saquei do packraft e naveguei rio abaixo até a ondulação ficar complicada e me dar a cagufa. Saltei fora do rio, não sem antes perder um chinelo que o mar após brincar com ele um bocado entre as ondas fez o favor de me de devolver.

Rota vicentina, dia 4: etapa 2

Hoje trocámos as voltas e fomos de sul para norte. Não só ficámos com o sol mas costas como acabámos em Milfontes o torna apanhar táxi para voltar ao início da etapa mais fácil.
Esta etapa que, para nós, começou em almograve é feita sob o signo da acácia que enchem as dunas.
Também passamos por extensas zonas agrícolas o que explica a grande quantidade de malta indiana/paquistanesa que se vêem por almograve.
Chegados à margem sul do Mira fomos direitos ao ancoradouro onde esperávamos apanhar o barco-táxi para nós levar a Milfontes. Infelizmente o dito cujo não quis nada conosco e obrigou-nos a fazer a pé o resto do percurso…. Não foi nada, estou a brincar. Na falta de um barco-taxi ficámos pelo táxi normal que a João não queria andar mais. E até tinha razão para isso, o resto do percurso não era muito interessante. Além disso a Rita, que não víamos há cerca de dez anos estava às nossa espera 🙂

Rota vicentina, dia 3: népias

A corrida de ontem foi um bocado violenta. As penas ficaram cansadas de tanta areia e os tornozelos em papa com tanta pedra. Por isso, hoje foi dia de repetir as atrações que não falham. -Peixinho em Sines, acompanhado de delinear de plano de actividades. Falhou a adega de Sines, mas pronto, bater com o nariz na porta foi o poder especial destas férias. – seguiu-se um par de horas de praia da Damietta samouqueira. Sem banho que o mar não esteva para aí virado. Ficámos pelo molha pés. – fim de tarde no kalux. Com tostas, verdade. Mas deu para apreciar o ambiente..e a cerveja…

Rota vicentina, dia 2: etapa 1

A etapa de Porto Covo a Vila Nova de Milfontes tem 20 km e a João ajuizamendamente achou que era melhor faze-la de carro. Aproveitei e fiz a etapa em modo trail Run e devo ter corrigido não menos de 80%. Nada mau para um gordito 🙂
A etapa divide-se em duas partes muito distintas. Até à praia do malhão é areia. Com a maré baixa, como foi o caso, faz-se quase sempre à beira mar na companhia dos pilritos e, inesperadamente, de um guarda-rios (devia estar de férias). Como a areia deve estar cara, há zonas onde não encheram bem as praias e há grandes extensões de calhau rolado. Até é bonito, mas para correr é um pesadelo.
Após o malhão começam as falésias. Castigadas pelo mar, com muitos desabamentos o que lhe dá um ar ainda mais imponente. Por vezes o caminho passa a menos de um metro da falésia. É digno de ser ver.
Nesta etapa cruzei-me com alguns turistas de mochilão às costas que me devem ter rogado pragas quando passei por eles que nem uma libelinha esvoaçante. 😛
A chegada a Milfontes é um bocado dura. São 3km sem grande interesse e que custam um bocado depois de 17 km de muita areia.
Finalizámos a etapa com um belo petisco no 18 e piques, a única coisa que vimos aberta (no entanto já era um bocado tarde).

Cláudio nas Nuvens