“…Mas a linguagem deu mais valor à confiança e forçou-nos a uma atitude diferente naquilo que dizemos e ouvimos dizer. Se o vizinho da caverna ao lado avisa que está um leão atrás da colina há pouco a ganhar em ir lá ver se está mesmo. Em vez de nos basearmos em evidências acerca daquilo que é afirmado, avaliamos afirmações pela confiança na pessoa que o afirma. O que permitiu usar o conhecimento dos outros quase sem custos e criar estruturas sociais complexas. Permitiu a civilização. Mas pagámo-lo caro, com superstição, crendice, tretas e burlas que sem a confiança no que dizem não seriam possíveis. Muita gente está convicta de ter uma alma imortal só porque lho disseram. E só há poucos séculos é que finalmente pegou a ideia de separar factos e confiança. A ideia que podemos questionar aquilo que alguém diz sem ter de desconfiar da sua honestidade…”
Excelente artigo do Ludwig. Vale a pena ler no KTreta.