Tag Archives: Religião

Um Português No Texas

O Filipe Castro mora no Texas e costuma blogar sobre o que é viver bem no meio do Bible Belt.

De vez em quando escreve verdadeiras pérolas, o post Sexo! Sexo! Sexo!. é uma delas!

Para um europeu é incomodativo viver entre estes puritanos. Penso que nem o Santana Lopes – que como se sabe não é esquisito – aguentava isto. São tão porcalhões! Há 10 anos, numa piscina pública, um pai de uma criança pediu-me para “pôr a parte de cima do bikini” à minha filha de dois anos.

Fé vs Ciência

Alberto Gonçalves armou-se ontem no DN em teólogo no seu texto “Deus e os dados”. Tenta menosprezar a afirmação de Stephen Hawking (“Não é necessário que evoquemos Deus para iluminar as coisas e criar o universo”) com um texto filosófico completamente inócuo. Eu dei-lhe o troco na mesma moeda:
“Alberto Gonçalves, sociólogo com coluna no DN e com tiques de teólogo, acordou certa manhã e decidiu que Deus existe. Apesar de se dizer não crente acha que a fé é suficiente para justificar a existência de Deus e que a ciência não tem “poder” sobre a fé. Evoca Oakeshott, um filósofo conservador que faleceu há 20 anos, uma eternidade em termos de pensamento e descobertas cientificas, para justificar o erro que é misturar fé com ciência.

Já não vou a tempo de informar Oakeshott, mas posso informar Alberto Gonçalves que graças à psicobiologia, à neurobiologia e outras ciências semelhantes “brevemente” saberemos a origem da fé, que, digo eu, deve ficar alojada no cérebro algures entre a imaginação e o desejo. É óbvio que perceber porque e de onde vem a fé não vai acabar com Deus. Primeiro porque algumas (muitas) pessoas precisam de fé para aguentarem as agruras da vida e depois porque a religião é um industria absurdamente rentável e obviamente que os seus protagonistas não estão disponíveis para perder os seus rendimentos. Para Alberto Gonçalves Deus pode existir sem ser real, isto porque existe na fé, parente próxima do sonho, onde as coisas podem existir e não ter que dar provas da sua existência. Filosoficamente divertido, mas completamente irrelevante em termos de compressão da Nossa existência.”

(publicado na secção de leitores do DN de 7/Set/2010)

A parvoíce Madeirense não se esgota no Jardim.

Tirado do Jornal da Madeira:

“A legalização da homossexualidade é, além disso, contra a Constituição portuguesa. Primeiro, porque a Constituição portuguesa defende o bem comum de toda a Sociedade, de todos os portugueses, ou seja, um bem que sirva a Comunidade que todos formamos e não para ser inútil e egoísta. Uma vida que se fecha sobre si mesma não e vida, é morte!”

do fantasticamente estúpido Pe. Orlando Morna.

Partindo do principio que a frase “Uma vida que se fecha sobre si mesma não é vida, é morte!” tem a ver com a falta de descendia dos homossexuais, este “senhor” usa os mesmos termos quando se refere a padres e freiras?

Vale a pena ler o resto do artigo ( que é bem pior que esta introdução), para ver a quantidade imensurável de parvoice que vai na cabeça deste “senhor”.

Banha da Cobra Quântica

Segundo percebo, tudo o que é quântico é milagroso e cura tudo e mais alguma coisa.

Primeiro veio a terapia quântica possível graças a um “revolucionário” aparelhometro inventado por um moço Americano supostamente cientista da NASA e que entretanto teve de fugir do país, pois foi condenado por burla.

Agora temos pulseiras quânticas que melhoram o equilíbrio e que pelos vistos também foram inventadas por um cientista da NASA. E de certeza que funcionam porque até o Cristiano Ronaldo usa uma.

Bem, mas isto não é nada! Tenho a anunciar que acabei de inventar em parceria com o meu sócio que é o chefe dos cientista da NASA, a banha da cobra quântica. Ainda não decidimos o que vai curar, mas como é quântico de certeza que vai ser milagrosa.

Por falar em milagres, estamos já a estudar o fabrico de santinhas de Fátima banhadas em BCQ (Banha da Cobra Quântica) garantidas em melhorar em 200% a probabilidade do seu pedido ser atendido. Isto porque a BCQ graças ao seu poder lubrificante quântico permite que os seus pedidos fluam melhor entre os milhões de pedidos a tentar chegar aos santos ouvidos.

Os pedidos podem ser feitos directamente aqui no blog.

Moças nuas? Sim senhor! Jesus? Uiui, que grande pecado!

Os americanos são tão ridiculamente fundamentalistas que até a playboy está proibida de mostrar Jesus.

Moças nuas? Sim senhor!  Jesus (mesmo que esteja com ar de pena das moças e renascentisticamente MUITO bem representado)? uiui, que grande pecado!

Mas que cambada de atrasados mentais! Bem, ainda não tinha comprado a Playboy Portuguesa, mas desta é que vai ser. Ainda por cima, as fotografias estão fantásticas.

Aguardo com renovada ânsia a crónica da próxima Segunda-Feira no DN do cão de fila do hipócrita sector ultra-conversador da igreja católica de Portugal (também conhecido por João César das Neves)

ADENDA : É costume  caírem aqui Internautas através da procura de “moças nuas” no google. Seja feita a vossa vontade 🙂

Playboy Junho 2010

O perigo da interpretação de textos alheios

Escrevi para o DN um texto a criticar a religião que o ?editor de opiniões do leitor? não percebeu e pensou que eu estava a criticar o futebol.

A minha opinião apareceu no DN com uma foto do benfica e com o título: “A forma exagerada como em Portugal se vive o futebol e a forma como este desporto se tornou uma metáfora da vida cultural do país são criticados por este leitor.” Além disso e sem razão nenhuma, apareceu no jornal : “Cláudio Tereso, Lisboa”.

Apesar de ter de assumir parte da culpa do engano, pois o assunto da mensagem que devia ser “Fátima e Futebol” foi por engano “Fado e Futebol”, não deixa de ser uma lição sobre a facilidade com que se deturpam mensagens.

Se uma mensagem escrita por A foi mal interpretada por B (que a leu, sem alterações,  poucas horas depois), imaginem o que acontece a uma mensagem passada oralmente durante anos por A, B , F, G, Y, U….. e depois passada a escrito por H, S, E….. e traduzida por O, P, U ao mesmo tempo que foi, umas vezes de propósito outras vezes por ignorância, alterada por Q,W…. . Acham mesmo que passadas centenas de ano, Z, faz a mais pequena ideia de qual era o intuito da mensagem original? Acham mesmo que se deve usar essa mensagem como guia de vida?

Já agora, o texto em resposta a ESTE artigo de JCN era o seguinte:

Parabéns a João César das Neves por ter reduzido a religião ao que ela é: um espectáculo para entreter, de onde o publico (às vezes) sai com a alma mais alegre e os jogadores, com os bolsos cheios.

A nós, que não vemos a bola (a real e a metafórica), tudo isto nos parece muito estranho. Como é possível as pessoas estarem de tal maneira hipnotizadas pelo futebol a ponto de não perceberem que a bola é só um meio de as usar para obter poder e dinheiro?

Para ser honesto, tenho de admitir que muitos percebem isso, mas o fascínio pela bola (só equiparado ao fascínio das traças pelas lâmpadas) é tanto que não se importam.

Para alguns de nós é indiferente esta loucura à volta deste desporto, para outros causa pena a dependência das pessoas e ainda a outros raiva, a maneira como os “donos da bola” manipulam as pessoas. Mas, de uma maneira geral, passa-nos ao lado. E, enquanto os fanáticos vão ao futebol, nós lemos livros, vamos ao cinema, viajamos e conversamos com os amigos.

Só é chato é à vezes a bola sair do campo e virem celebrar para a rua, obrigando-nos a partilhar a sua exagerada manifestação de fé.

É a vida…

Politicamente Correcto

Foi esse o tom que usei na resposta à última pergunta do debate sobre cultos e religiões organizado por um grupo de alunos do 12º ano de Porto de Mós e onde participei como representante da Associação Ateista Portuguesa.

Disse o que penso com a parte filosófica do meu cérebro, a resposta do pragmatismo teve direito a descansar – coitada, fartou-se de trabalhar/criticar durante todo o debate 😀

Foi uma experiência muito interessante, tanto pela oportunidade em si, como por ter tido contacto com uma realidade que desconhecia; a área projecto (Área Curricular não disciplinar, que pode ajudar o aluno a adquirir métodos para organizar os seus trabalhos e desenvolver a capacidade de autonomia/o saber fazer sozinho/formas do aluno realizar as suas próprias aprendizagens e ainda de trabalhar em grupo.)

Mas há coisas que não percebo:

MORAR LONGE DE TUDO E AINDA POR CIMA NÃO TER INTERNET????? CHIÇA PORRA!

Só de pensar que não podia estar agora a ouvir YANN TIERSEN, fico com arrepios 😀

Obrigado ao grupo e continuem a “fazer cenas”…

Já que vou ser obrigado a respirar papa durante 3 dias…

…dou o meu contributo para a festa:

Aos potencialmente ofendidos com este video, convém salientar a letra do final que é algo do género :

“se ficas mais ofendido com este video do que com o facto de o papa ter escondido actos pedófilos por parte de alguns padres…”

Letra completa:

Fuck the motherfucker, fuck the motherfucker,
Fuck the motherfucker hes a fucking motherfucker.
Fuck the motherfucker, fuck the fucking fucker,
Fuck the motherfucker hes a total fucking fucker
Fuck the motherfucker, fuck the motherfucker,
Fuck the mother fucker, fuck him, fuck the motherfucker.
Fuck the motherfucker, fuck the motherfucking pope.

Fuck the motherfucker, and fuck you motherfucker
If you think that motherfucker is sacred.
If you cover for another motherfucker whos a kiddy-fucker,
Fuck you, youre no better than the motherfucking rapist.
And if you dont like the swearing that this motherfucker forced from me
And reckon it shows moral or intellectual paucity
Then fuck you motherfucker, this is language one employs
When one is fucking cross about fuckers fucking boys

I dont give a fuck if calling the pope a motherfucker
Means you unthinkingly brand me an unthinking apostate.
This has nowt to do with other fucking godly motherfuckers
Im not interested right now in fucking scriptural debate.
There are other fucking songs and there are other fucking ways,
Ill be a religious apologist on other fucking days,
But the fact remains if you protect a SINGLE kiddy fucker
Then Pope or Prince or Plumber, youre a fucking mother fucker.

See I dont give a fuck what any other motherfucker
Believes about Jesus and his motherfucking mother.
Ive no problem with the spiritual beliefs of all these fuckers
While those beliefs dont impact on the happiness of others,
But if you build your church on claims of fucking moral authority
And with threats of hell impose it on others in society,
Then you, you motherfuckers, can expect some fucking wrath
When it turns out youve been fucking us in our motherfucking asses.

So fuck the motherfucker, and fuck you motherfucker
If youre still a motherfucking papist.
If he covered for a single motherfucker whos a kiddy-fucker,
Fuck the motherfucker, hes as evil as the rapist.
And if you look into your motherfucking heart and tell me true
If this motherfucking stupid fucking song offended you,
With its filthy fucking language and its fucking direspect,
If it made you feel angry, go ahead and write a letter,
But if you find me more offensive than the fucking possibility
The pope protected priests when they were getting fucking fiddly
Then listen to me motherfucker – this here is a fact,
You are just as morally misguided as that motherfucking,
Power-hungry, self-aggrandized bigot in the stupid fucking hat.

Padre sem PAPAs na língua

“Críticos do Papa.  O polémico Bento XVI divide opiniões na Igreja.  Há quem o ache excepcional, há quem lhe faça duras críticas. Mário Oliveira, padre sem paróquia, que dirige o jornal ‘Fraternizar’, é um deles. Diz que Ratzinger é o grande desastre da Igreja dos séc. XX e XXI e que ele devia assumir responsabilidade pelos casos de pedofilia”.

“…Enquanto teólogo ele sabe, como todo os teólogos – e nós não encontramos nenhum teólogo convicto que defenda Fátima – que do ponto de vista da teologia é absolutamente impossível haver aparições. Do ponto de vista da fé cristã é impossível poder falar-se alguma vez de aparições. Im- possível. E ele como teólogo sabe isso e apesar disso vai lá…”

“…Porque as três crianças de Fátima, em 1917, foram vítimas – não em termos de pedofilia, de sexo – também do clero de Ourém que organizadamente inventou aquela historieta toda. E a encenou e a representou, servindo-se das três crianças. Desse universo de crianças, duas acabaram por morrer e a que sobreviveu foi sempre sequestrada até à morte…”

In DN