JCN? Ou não, outra vez não!

Pode parecer que me dá gosto escrever para o DN por causa do JCN, mas não é verdade. Estou farto daquela besta e, por mim, não lia mais uma linha do que ele escreve, mas a verdade é que leio o DN e de vez em quando lá calha passar os olhos pelo artigo e ler uma ou duas palavras que me deixam logo a ferver.

Nada feito, enquanto não ler não descanso, e depois de ler, enquanto não responder a mesma coisa. E ainda por cima é sempre a mesma treta que ele escreve (os cruzadas foram uns anjinhos, mau foi a revolução Francesa e vamos todos morrer por causa dos homossexuais e dos abortos) o que me obriga a escrever sempre a mesma coisa também (para a próxima acho que faço copy-paste de um email anterior)

Por isso cá seguiu para o DN  em resposta a esta completa e total parvoíce:

João César das Neves continua o seu trabalho de formiguinha de reescrever a história. Em mais uma crónica igual a tantas outras, culpa as revoluções anti-religiosas pelas desgraças do mundo “esquecendo-se” mais uma vez das guerras causadas pela religião e em nome dela. Nada de novo portanto.

Depois, continua com a ladainha do costume : a cultura ocidental está em declínio porque temos poucos filhos (desta vez esqueceu-se dos homossexuais) e a culpa de termos poucos filhos é, obviamente, de o aborto ser permitido. Duvido que ele não saiba, mas por beneficio da dúvida eu explico-lhe : se há poucos filhos é porque as pessoas não estão para passar, e fazer os filhos passar, dificuldades. Ou seja, porque a classe média está a ficar pobre! E está a ficar pobre, não é por trabalhar pouco ou gastar acima das possibilidades, é porque lhe estão a tirar o que é deles por direito para tapar o buraco causado pelo vale tudo no maravilhoso mundo das finanças e da especulação.
Mas como “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”  tenho receio que esta retórica seja bem sucedida. É que não sei se repararam, mas a Europa está a entrar numa fase de desespero semelhante aquela em que a Alemanha estava quando esta frase foi proferida.

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