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Certificação de Software de Facturação

E-mail enviado ao Diário de Noticias e ao Região de Leiria.

  • Publicado, ligeiramente abreviado, no DN  do dia 14/12/2010 com o título “Quem manda no País”.
  • Publicado, ligeiramente abreviado, no Região de Leiria do dia 23/12/2010 na secção “Cartas do Leitor” com o título “Quebra-cabeças para as empresas”.


Nos últimos anos tem sido pedido às empresas um esforço significativo nas suas obrigações fiscais. Esse esforço é não só financeiro devido à obrigatória constante actualização de software, mas também organizativo devido à necessidade de alteração de processos. A certificação de software que dita cegamente que não se pode alterar documentos que se destinem aos cliente depois de finalizados, é um grande quebra cabeças para as empresas especialmente para as que fazem exportação. Entendo que seja necessário evitar a fuga ao fisco e que este é um bom método, apesar de na minha opinião as grandes dificuldades que causam em quem cumpre anularem completamente as vantagens do sistema. O que já não compreendo é a alínea da portaria que diz que “excluem-se do disposto … os programas de facturação utilizados por sujeitos passivos que … utilizem software produzido internamente ou por empresa integrada no mesmo grupo económico”, ou traduzindo para Português : “estão isentos deste grande molho de brócolos os grandes grupos económicos”.

É muito triste ver que apesar da crise e das exigencias que nos pedem quem manda no país não são os politicos eleitos mas as empresas que os apoiam e financiam. A constatação cada vez mais evidente, de que não vivemos numa democracia mas numa plutocracia, enoja-me e entristeci-me.

Cláudio Tereso
Marinha Grande

Contos e moralidades bacocas

E-mail enviado ao DN em resposta ao “conto de natal” do Sr. Neves:

Os contos e as suas respectivas parábolas, analogias, morais e lições de vida não são espelhos da realidade. São visões distorcidas e parciais da visão que o autor tem sobre o mundo.

No seu ternurento conto de Natal, João Cesar das Neves faz uma analogia entre a crise financeira e a nossa divida com deus. Bonito (especialmente se tirarmos o fundamentalismo mais básico da frase “A única forma verdadeira de viver é numa total e profunda dependência deste Deus que nos dá tudo.”) mas parcial, é claro. Analogia idêntica podia ser feita entre a crise financeira e o “nosso” investimento feito em deus : “Pedro investiu tempo, suor, sangue e dinheiro na sua fé em deus, teve um azar na vida e quando foi pedir dividendos do seu investimento descobriu que deus era virtual (uma espécie de fraude em pirâmide), e não só não obteve dividendos como perdeu todo o seu investimento.”.

Qual dos dois contos está certo? Ambos e nenhum! São Estórias, servem para entreter, mais nada!

Porque é que o Natal é a 25 de Dezembro

Tirado da Wikipedia (mas lido em muitos outros sitios)

A celebração do Natal Cristão em 25 de dezembro surgiu por paralelo com as solenidades do Deus Mitra, cujo nascimento era comemorado no Solstício (de inverno no hemisfério norte e de verão no hemisfério sul). No calendário romano este solstício acontecia erroneamente no dia 25, em vez de 21 ou 22.

Acontece que a Igreja Católica em contraposição ao culto prestado a Mitra, adotou o mesmo dia para qual seria realizado a comemoração ao nascimento de Jesus Cristo. Era costume da Igreja Católica pegar elementos pagãos para santificá-los, sem que, com isso, tornar-se defeituosa a fé cristã, ou seja, não alterava a essência de suas crenças. Isso tudo para trazer conversões. Diz Cardeal John Henry Newman em referência a outras adoções: “O emprego de templos, e estes dedicados a certos santos, e enfeitados em ocasiões com ramos de árvores; incenso, lâmpadas e velas; ofertas votivas ao restabelecer-se de doenças; água benta; asilos; dias santos e estações, uso de calendários, procissões, bênçãos dos campos, vestimentas sacerdotais, a tonsura, a aliança nos casamentos, o virar-se para o Oriente, imagens numa data ulterior, talvez o cantochão e o Kyrie Eleison [o canto “Senhor, Tende Piedade”], são todos de origem pagã e santificados pela sua adoção na Igreja.” (Ensaio sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã)

Os romanos comemoravam na madrugada de 24 de dezembro o “Nascimento do Invicto” como alusão do alvorecer de um novo sol, com o nascimento do Menino Mitra.

É muito possível que o cristianismo tenha plagiado também o Mitraísmo aderindo às comemorações no dia 25 de dezembro.

Esta foi a razão que levou algumas vertentes do cristianismo,como por exemplo as Testemunhas de Jeová, a não participarem de festividades natalinas.

Os Mercados II

E-Mail enviado ao Região de Leiria

Publicado na secção “Cartas do Leitor” no Região de Leiria de 3 de Dezembro

Francisco Figueiredo  na sua crónica “Das Margens do Liz” [última página da edição de 19 de Novembro] liga a taxa de juro à divida Portuguesa ao discurso dos políticos. Segue o pensamento geral de que, se nos portarmos bem, os mercados tratam-nos bem. Lamento, mas não tem sorte nenhuma. Esse discurso permanente dos órgãos de comunicação não tem pés para andar. Aconselho o Francisco a consultar os dados sobre as taxas de juros para Portugal e a Irlanda. Vai verificar que nos últimos meses andaram de mãos dadas; quando uma sobe a outra sobe, quando uma desce a outra desce. Das duas umas, ou na Irlanda os políticos têm o mesmo discurso nos mesmos dias que os políticos Portugueses ou então a taxa de juro não têm nada a ver com o discurso político interno. Eu aposto na segunda.

Cláudio Tereso
Marinha Grande

Itália : O país anedota

Aplica-se à Itália aquele fantástico ditado : “Só visto, contado ninguém acredita”.

1.Tem um primeiro-ministro que se diz católico e é um dos homens mais asquerosos (eu parto do surreal princípio que ser católico DEVIA ser incompatível com ser asqueroso) que alguma vez abriu a boca com um microfone à frente.

no Público:

É melhor gostar de raparigas bonitas do que ser gay…

…A declaração surge quando a oposição pede a demissão de Berlusconi após a alegações de que ele teria ajudado uma jovem de 17 anos que esteve em festas na sua casa, pedindo à polícia que libertasse a rapariga, detida por suspeitas de furto. O primeiro-ministro italiano recusa-se a pedir desculpas e recusa ter tido algum comportamento menos próprio.

Claro que anda tudo a falar do que ele disse, que não interessa nada, já sabe que ele é estúpido e esqueceram completamente o que interessa: Já é, pelo menos, a segunda vez que este mrds* aparece a pagar a menores para estarem presentes nas suas festas particulares!

2.Sempre foi para a frente a lei que permite suspender jogadores de futebol que blasfemem (blasfémia : Dito ímpio ou insultante contra o que se considera como sagrado.) como eu tinha referido aqui.

no  Público:

…Nicola Pozzi foi suspenso na quarta-feira por um jogo por ter alegadamente proferido, no final do jogo de domingo contra o Cesena, para a Liga italiana, a expressão tida como ultrajante “Porco Dio” (Porco Deus)….”

Economia, nem só de Medinas Carreiras vive o Mundo

Boaventura de Sousa Santos na Visão

A opinião pública portuguesa está a ser intoxicada por comentaristas políticos e económicos conservadores – dominam os media como em nenhum outro país europeu – para quem o Estado social se reduz a impostos: os seus filhos são educados em colégios privados, têm bons seguros de saúde, sentir-se-iam em perigo de vida se tivessem que recorrer “à choldra dos hospitais públicos”, não usam transportes públicos, auferem chorudos salários ou acumulam chorudas pensões.

e James Petra na Voltaire

A partir do primeiro trimestre deste ano, os lucros das empresas [companhias petrolíferas, os banqueiros e muitas outras grandes empresas] dispararam entre vinte a mais de cem por cento…O acréscimo dos lucros empresariais é consequência directa do agravamento das crises da classe trabalhadora, dos funcionários públicos e privados e das pequenas e médias empresas.

A Iª República vista por Rui Tavares

Tirado do blog do Rui Tavares

Parece que a Iª República cometeu o grande pecado de ser uma balbúrdia, — mas por oposição a quê? Pelos vistos, deve haver quem ache que o resto do mundo era, naquele primeiro quartel do século XX, uma espécie de pacífico jardim.

Não era; desde ocupantes de cargos eleitos a cabeças coroadas, do primeiro-ministro de Espanha ao arquiduque da Áustria, houve homicídios para todos os gostos naquela época…

Em South Fulton (EUA) quem não paga não tem direito a bombeiros

Os bombeiros de South Fultons só apagam incêndios dentro do limite da cidade, quem mora fora tem de pagar $75 anuais à Camara Municipal.

Uns desgraçados, que moram no lado de fora do limite da cidade, viram a casa deles arder enquanto um vizinho via a dele salva pelos bombeiros. O vizinho tinha pago, ele não.

Vejam o video:

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