Category Archives: Viagem

Balcãs, dia 4: natureza à volta de Sarajevo

Hoje foi dia de esquecer a guerra… mas não antes de passar pelo museu do túnel que ligava Sarajevo citiada ao exterior para entrada de armas, comida, medicamentos, etc.

Demos um salto ao Vrelo Bosne (nascente do Bosna) um pequeno parque onde as várias nascentes (ou serão surgencias?) do Bosna montam um fabuloso mosaico de água. 
Depois seguimos para o parque natural de Trebevič onde decorreram parte dos jogos olímpicos de inverno de 1984.
Esta montanha/parque fica mesmo por cima de sarajevo e dá para lá chegar a partir de um teleférico que parte praticamente do centro da cidade. 
Para quem não sabe, que era o meu caso, sarajevo fica a mais de 500 metros de altitude num vale rodeado de montanhas que chegam a ultrapassar os 1500 metros. 
E a coisa por aqui está feita, amanhã seguimos viagem e se não houver nada que nos atrase muito, devemos chegar ao Montenegro. 

Balcãs, dia 3: Saravejo

Foto após foto, vídeo após vídeo, texto após texto, Sarajevo é um compêndio de horrores. 
Em Saravejo a vida é pacífica e as pessoas muito simpáticas. Todos com quem falamos desejam que gostemos da Bosnia e todos querem saber de onde somos, sendo Portugal uma origem apreciada 🙂
O ambiente é calmo e não parece haver fricções entre os vários grupos étnicos/religiosos. Os croatas/católicos, os servios/ortodoxos e os bosniacs/muçulmanos (e outros) aparentam viver bem entre eles mas o passado recente é feio. 
Há cerca de trinta anos servios/ortodoxos achavam que todo este território devia ser deles e fizeram o possível e impossível para tentar acabar com bosniacs/muçulmanos.  É mais complicado claro, mas o principal passa por isto.
Museu após museu lá vamos vendo as desgraças a que foram submetidos. O cerco de 4 anos a Saravejo com snippers a alvejar civis na rua e bombardeamentos constantes, as valas comuns, as torturas, as violações, etc, etc. 
Só lá vão 30 anos! Muitas das pessoas com quem nos cruzamos passaram por isto e de certeza que de ambos os lados. Não pode ser fácil conviver com estas memórias. Um dos textos em um dos museus era o testemunho de um snipper que tinha pesadelos com uma rapariga que lhe perguntava porque a tinha assinado. Ele acabou por se suicidar. 
Em um vídeo aparece um dos comandantes servios a mostrar a um convidado (um repórter russo se não me engano) as posições de metralhadoras no alto da montanha apontadas à cidade. Pergunta-lhe se que disparar e ele experimenta…
Os relatos sucedem-se…
Os museus não são meigos e não poupam nas imagens e nas descrições e é difícil não pensar no que se está a passar na Ucrânia e em Gaza, especialmente em Gaza que me parece ser semelhante ao que se passou aqui: extermínio dos muçulmanos nos “nossos” territórios. 
É impressionante saber que tudo isso aconteceu há tão pouco tempo e quão pouco eu sabia sobre o assunto muito em parte, não tenho dúvida, da minha falta de interesse na altura por acontecimentos internacionais. 
E pronto, devemos fechar por aqui o capítulo da guerra. Amanhã vamos mudar a agulha e dar uma vista nos arredores de Sarajevo. 🙂


Laís

Balcãs: dia 2, srebrenica

Passámos a fronteira para a Bosnia sem problemas e pertinho de onde passámos fica Srebrenica, lugar de graves confrontos entre servios e bósnios. Segundo os bósnios foi um genocídio, segundo os servios for a defesa do seu território.

Nota: as relações entre toda esta malta por aqui é duma compilação sem fim. Não consigo, nem sei! explicar a história de Srebrenica num post. Para uma informação mais exacta consultem fontes mais conhecedoras.
Perto de srebrenica, onde era o quartel dos capacetes azuis, foi criado um memorial. Passámos lá duas ou três horas para ver a coisa por alto. 
Já visitámos muitos museus sobre situações, digamos, desagradáveis, mas este bate mais fundo porque o massacre que ali se passou foi recente, nós já éramos adultos.
Quando voltarmos temos de ver o filme “quo vais, aida” que é sobre este acontecimento. 
Depois de Srebrenica rumámos a Saravejo onde estamos agora, mas isso é estória para amanhã. 


Balcãs: dia 1, parque nacional de Tara

Andamos a curtir bué não perceber nada do que se passa. Estes moços pouco falam inglês e nós temos dificuldade em sequer ler para ver se pescamos alguma coisa porque a maior parte das coisas estão em cirilico. 
Andamos a treinar os nossos gestos ea recorrer ao amigo Google tradutor. 
Chegámos e viemos logo para o parque de Tara, Belgrado vai ficar para o fim. Gostamos sempre de passar os últimos dias perto do avião 🙂
Aqui pela província parece que estamos em Portugal anos 80. Muitas mercearias velhinhas e mal apanhadas, buracos de cigarro na toalha do restaurante, um alojamento digno de meter dó (com uma dona que falava zero inglês). 
Já o parque tem umas belas vistas e um percurso pedestre que merecia o Oscar de percurso mais mal marcado de sempre. 
A servia não é para corações fracos mas quem, como nós, gosta de se meter em dificuldades desnecessárias, vai com certeza sentir-se em casa.
Amanhã vamos ver o que se passa na Bosnia.

Rumo ao Norte: Dias finais

e as férias acabaram da mesma maneira que começaram: calmamente a ler, caminhar e a mergulhar nas águas quentinhas do cantábrico.

Depois do campismo La Paz voltámos a Gijon onde passámos mais um par de noites no campismo onde aproveitámos para mais uns mergulhos e conhecer o resto “recorrido costeiro” que nunca tinhamos percebido que era tão comprido.  Começa na ponta da praia oposta ao campismo, passa por este e segue para leste onde passa por mais 4 ou 5 praias. Coisa gira de fazer.

Na volta, parámos em Oviedo para a Sidra final e uma última paragem antes de passar por Leon por um restaurate do Ezequiel (famoso pela cecina) no meio da montanha. Uma loucura de gente! Só a servir eram mais de 20 pessoas. Um movimento como nunca vi. Comemos a nossa última cecina acompanhada de um tinto de verano e uma clara.

E está feito 🙂

Rumo ao Norte: Dia 12

Acho que já perdi um dia, mas tudo bem.
Hoje continuamos no campismo de La Paz. O tempo está um bocado miserável e o mar acompanha, por isso deu para molhar os pés e pouco mais.
Por outro lado, está maravilhoso para caminhar. Foram 7 kms para o lado Este e 14 para o lado Oeste.
Para o lado Este é jeitosinho, passa-se por uma vila muy bonita e depois vai-se sempre a ver o mar
Para o lado Oeste é uma grande seca até chegarmos aos bufons. Uns buracos no calcário por onde o mar entra e faz os belos sopros. Mais 1,5 km e chega-se ao rio … coiso… pequeno mas limpo enfiado entre ravinas de calcário. muy jeitoso.
[image: Imagem WhatsApp 2023-08-03 às 18.20.05.jpg]

Rumo ao Norte: dias 9, 10 e 11

Ainda demorou mais um dia mas lá conseguimos sair de gijon, mas não sei antes experimentar o contacto com uma caravela portuguesa. O raio do bixo andava a passear junto à praia e ferrou-me uma perna. As dores foram poucas o susto foi maior. Não fazia ideia de quão grave a cena era. Ao que parece pode ser grave, se formos alérgicos..
No dia em que íamos embora havia um festival aéreo que aproveitamos para ver. Uns aviões e uma helis. Coisa gira. De salientar o Euro Fighter typhon que nos passou várias vezes por cima. Uma coisa impressionante ter uma coisa daquelas a passar tão perto.
No dia seguinte lá conseguimos seguir o nosso plano de “best of” e fomos até Vinte Dé onde nos limitámos, conforme planeado, a aproveitar as vistas sem nos cansar nos muito. Ponto picado, siga para o próximo item da lista: o camping la paz que nos surpreende sempre. O tempo está mauzito e o mar também por isso se calhar baixamos já amanhã.
A ver vamos
Camping la paz

 

Rumo ao Norte: Dias 5,6,7 e 8

Caro diário,
Vai fazer 4 dias que estamos encalhados em Gijon. Não conseguimos continuar… Sinto no ar uma presença maligna que nos parece impedir de o fazer. Sentimo-nos constantemente obrigados a estar dentro de água, parece que este elemento a afugenta.
Esta estratégia tem os seus inconvenientes. Sinto no pescoço nascer o que me parece serem proto-guelras e já se notam membranas interdigitais.
Corremos o risco de a transformação ser permanente e já não podermos viver fora de água.
Esperem… sinto algo…. é A PRESENÇA MALIGNA! Há que fugir para dentro de água para despistar!
Até já…
NOTA:
É inteiramente falso que estejamos aqui por vontade própria. Quem de seu perfeito juízo ficaria num sítio onde a temperatura máxima do ar varia entre os 24 e 26 e a do mar, calmo e transparente anda entre os 22 e 24. E a praia? Horrível, sempre boa para correr nos seus 2 ou 3 km de extensão.
E a cultura? Do pior, exposições e filmes gratuitos a 100 metros do mar!
E o campismo, senhores??? o Campismo!!!! Da tenda ao mar são pelos menos 100 metros.
Eh pá, nem sei. É tudo mau!

 

 

Rumo ao Norte: Dia 4

Hoje o plano é ir para Gijon, a minha cidade (costeira) favorita em Espanha.
Pelo caminho passámos por Cangas del Narcea que fica no sopé de um parque natural do qual nunca tínhamos ouvido falar: Parque natural de las Fuentes del Narcea, Degaña e Ibias
Segundo a moça do centro de interpretação, o parque vale muito a pena e pensámos seriamente em alterar os nossos planos e passar por lá primeiro. Acábamos por não o fazer porque o sacana do parque não tem um único parque de campismo nas redondezas. Precisamos de estudar melhor o ataque ao dito cujo…
Além disso o cabo do meu Suunto está marado!!!!! Não consigo carregar o relógio!!!! o horror!!!! Estar sem relógio é estar sem acesso aos percursos que faço em montanha, aos dados de treinos que vou fazendo.. enfim, para quem não está bem a ver, imaginem um adolescente sem telemóvel!!!
Por isso, vir a Gijon comprar um cabo era da máxima importância! Mas…. nenhuma das lojas que vendem suuntos tem cabos 🙁 … no entanto o senhor de uma das lojas deixou-me usar o carregador do expositor 🙂 Já tenho bateria para mais um par de dias e amanhã devo lá passar outra vez.
Entretanto o tempo está uma treta, vamos ver se amanhã melhora :p
[image: Imagem WhatsApp 2023-07-25 às 21.57.08.jpg]

Rumo ao Norte: Dia 3

Continuamos na serra de Ancares. Verde e infindável. Hoje antes de sairmos de Burbia fomos até ao rio mandar um mergulho. Como diria a malta do Norte: Ca fria, a puta!
Depois saímos, rumo a … Norte o que se revelou complicado. Atravessar a serra para o lado Norte não é fácil. Não há acessos de jeito e o GPS teima em colocar-nos em estradas de montanha. Foi uma aventura, a passagem…
Pelo caminho passámos por Navia de Suarna, um pequeno pueblo atravessado pelo rio Navia e que tem entre outros atractivos uma bela ponte romana e por Piornedo, uma bela terrinha recheada de casas com telhados de colmo.
Acabámos o dia em A Fonsagrada, uma terra que nem sei qual é o aspecto porque fomos direito ao campismo que estava praticamente vazio. Segundo o dono, estava composto no dia anterior, mas o pessoal fugiu todo por causa do frio. Já vos disse que está frio e já choveu? Pois… bem vindos ao Norte 🙂