Roménia, dias 6 e 7: brasov o meeting, provas de floresta

E, a seguir ao fraquito sprint urbano, tivemos duas maravilhosas provas de Floresta, assim mesmo com F grande.
Faias, carvalhos e árvores de outras marcas que não sei identificar e linhas de água profundas cheiinhas de lama para melhor ajudar nas descidas e tornar as subidas uma aventura hilariante.
Uma das provas ficava nas traseiras de um restaurante very typical e a outra numa instância de inverno onde pudemos inclusive correr no loop do castigo do biatlo.
Quando olhei para o mapa ia tendo um chilique! Pontos marcados no meio do verde, mas quando lá cheguei vi que o verde deles é de brincadeirinha e parecia mais branco que outra coisa.
O ambiente estava porreiro e conversármos com montes de pessoal de N países, alguns dos quais nunca foram a um POM!!!
Soube bem pela prova e pela pausa na nossa deambulação pela Roménia. Três noites no mesmo alojamento. Loucura!!! Amanhã voltamos à estrada.
O plano previsto incluída visitar uma série de sítios aqui perto. LOL. Conseguimos ir visitar uma bela “garganta das sete escadas”, visitar Rasnov e Brasov, onde foram as provas. O que ficou por ver fica para os próximos dias o que implica cortar a visita ao delta do Danúbio.
Nada de preocupante, os planos fizeram-se para se alterar.

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Roménia, dia 5: Brasov o meeting

Hoje foi dia de 'correr'. Começou o Brasov  O Meeting com uma prova de sprint em Rasnov. A terrinha tem uma fortificação medieval no alto na montanha mas também tem uma zona moderna cá em baixo… Onde foi a prova. Estradas a 90 graus e alguns jardins. Muito desinteressante…
Depois da prova fomos para o nosso alojamento em brasov. Uma cidade muito grande mas com um pequeno centro antigo muito giro. O nosso alojamento não é grande coisa mas fica a duas ruas da rua pedonal principal.
Aproveitámos, finalmente, para ir a um restaurante para comer comida tradicional.
Pelo caminho desde bakau, a cidade onde dormimos na noite anterior, até à prova ainda passámos numa fortificação curiosa. Igreja no meio e “celas” na muralha interior. Das fortificações mais curiosas que alguma vez vimos.
Ah! É verdade, conhecemos também o Daniel, o outro Português inscrito! Vimos o dorsal na lista e começámos à procura dele.. que era o chinês que estava mesmo ao nosso lado! Está boa… O Daniel é de Hong Kong mas têm antepassados portugueses e quer mudar-se para Portugal.

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Roménia, dia 4: Iasi

O guia diz que Iasi é a capital da cultura da Romênia, por isso viemos cá espreitar.
Iasi tem um “palácio da cultura”, um colosso com exatamente 100 anos e que alberga 4 museus e, pelo menos uma, sala de espectáculos.
É um edifício esplendoroso digno de ser apreciado por fora e por dentro. Só foi pena não haver nenhum espectáculo na noite em que lá estivemos.
Para complementar a cultura tivemos direito a religião. Começaram no dia em que lá chegamos as festas de uma santa que há-de ter um nome complicado começado por P e que agora não me apetece ir procurar. As festas atraem centenas de milhares de pessoas. Deu para ver muito pessoal das aldeias e mais ciganos que o costume (ao contrário do que eu pensava não se vêem muitos).
Havia missa cantada por um coro e de vez em quando um padre vinha cantar o refrão ao “altar”, mostrava o cachecol e ia-se embora. Havia muita maltita a preencher papéis. Imagino que pedidos…
Na rua havia tonéis de água benta! Um par de dezenas de tonéis de alguns 100 litros.
Água benta à borla! Se os fiéis de Fátima sabem…
Mas antes disto tudo como começou à chegada a Iasi: como era um apartamento de self check-in, primeiro tivemos de desvendar um problema de geocaching para encontrar a chave e entrar no apartamento. Depois, quando entrámos, abri um armário e deparei-me com um maço de notas de 50 euros! Tirei uma foto e enviei para o WhatsApp da gestão do apartamento. “Isso é o pagamento do cliente anterior, a empregada da limpeza esqueceu-se de tirar. Ela já aí vai”. WTF? Mas é falso, disse eu! Resumindo, eles falaram com o cliente que ainda estava noutro alojamento deles e ele pagou em Leis.
Não percebi bem o que se passou, mas eu acho que aquele dinheiro ficou ali esquecido, não era para pagar o apartamento mas para passar durante as festividades religiosas…
Ah! Já me esquecia! Ainda conseguimos atolar o carro na lama num local onde não havia ninguém! Descobri que uma simples pessoa a empurrar um carro a patinar na lama faz milagres. Foi giro! Lama por todo o lado. Deixei um belo rasto de lama nos alojamento da noite seguinte e à segunda vez que ia a subir as escadas cruzei-me com o moço que trata dos quartos. Apontou para os meus pés e disse: foste tu! Ooops
Info extra:
Tinha uma ideia um bocado negativa da Roménia, imaginei um país pobre e pouco modernizado. A verdade é, logo a começar pelo parque automóvel, não se nota diferença em relação a Portugal. Talvez menos teslas mas para compensar vi um cybertruck. As pessoas são em tudo muito idênticas a nós, na fisionomia, na roupa, até a sacana da língua soa muita vez a português. As estradas são boas e também há alguns chicos espertos mas nada de especial. No entanto, nas zonas mais remotas nota-se alguma pobreza e cidades com edifícios velhos e não conservados e também têm um problema com cães abandonados que polulam por todo o lado e sempre com tendência para atravessar a estrada.
Ps: fomos tentar espreitar a república da moldova mas como a nossa agência de aluguer não deixava entrar e como parecia que os últimos 500 metros de estrada não davam parte voltar atrás optamos por ficar ali a ver de longe.

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Roménia, dias 2 e 3: os mosteiros da bucovina e da moldavia

Acordámos em Campulung Moldovenesc, uma terrinha com pouco encanto, mas com um interessante museu da madeira,  na base do Rarau, um pico simpático que queríamos explorar. À medida que subiamos o nevoeiro ía-nos avisando que não nos ia deixar ver nada. Assim avisado, assim feito. Chegámos lá acima ao hotel onde íamos começar a caminhada e quase nem víamos o hotel. Cest la vie…
Demos uma voltita de carro por ali a apreciar a neve, as fantásticas paisagens de montanha e as aldeias. Ainda tivemos direito a avistar um cervo fêmea, a maior que alguma vez vi, e a sua cria no meio da estrada praticamente dentro de uma aldeia e ainda um par de belos mosteiros escondidos na montanha.
Ainda voltámos ao hotel a ver se o nevoeiro tinha ido com os porcos,  mas nada feito. Em compensação um moço de um grupo de moços bem constituídos perguntou se lhe dávamos boleia até ao carro. Enquanto os outros iam a descer em passo de corrida, levámos o moço serra adentro por uma estrada que dizia que era sentido proibido a qualquer coisa. Ele disse que era mesmo assim, que ela era das forças especiais da polícia que estavam a fazer uma marcha e estava tudo bem.
Eu a pensar para mim, estamos aqui sei lá onde no meio do nada, o gajo agora saca de uma pistola e saca-nos o carro. Pensei mal, chegámos ao estacionamento e lá estava, uma carrinha da polícia e duas carrinhas pretas sem qualquer marca.
Deixámos a montanha e seguimos para a planície visitar os famosos mosteiros pintados.
São mosteiros ortodoxos dos séculos 15 e 16 pintados ou desenhados, vá, não só por dentro mas também por fora. Não sei se todos, mas os que vimos, estão dentro de uma pequena fortificação onde também são os alojamentos das ?freiras? (Não sei se é o termo técnico correto).
Digo freiras, porque apesar de haver conventos de homens, os pintados eram todos com mulheres.
Dos que vimos, só um parecia Fátima com dezenas de lojas e restaurantes e o catano, os outros eram pacíficos sem nenhum alarido à volta.
No fim do segundo dia e quando já só esperávamos chegar à cidade seguinte deparámo-nos com um mosteiro gigante e ainda em construção. Tivemos alguma sorte de chegar na hora de.. qualquer coisa.. em que um monge saiu da igreja principal, agarrou numa espécie de remo que têm à porta da igreja, agarrou num maço e deu a volta à igreja a martelar no remo. Depois dirigiu-se a um conjunto gigante de carrilhões ao ar livre, deu mais umas marteladas numas madeiras que lá tinha, carregou num botão para colocar os carrilhões a carrilhar e foi-se embora. E nós também….

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Roménia, dia 1

Começámos com um dia insano para ficarmos logo vacinados!
O avião de atraso em atraso chegou às quatro da manhã e como tínhamos carro alugado no aeroporto ficámos por lá à espera que abrisse o escritório…
Em conversa com o moço do aluguer ficámos convencidos que tínhamos que ir à região de maramures. O problema é que esta zona ficava em sentido contrário ao plano e já tínhamos reservado um quarto para esta noite. Conclusão?  Demasiados quilómetros e horas de condução após uma noite aos trambolhões no avião e no aeroporto.
Mas como se costuma dizer: se não fosse fácil não era para nós. É uma coisa parva de ser dizer, a gente preferia que fosse fácil, mas foi o que se arranjou.
Segundo o nosso guia, maramures é “the land that time forgot”. É uma região onde as tradições continuam fortes, especialmente o trabalho em madeira. Há inúmeras casas, tanto antigas como novas, de madeira dos estilos mais tradicionais aos mais modernos. Os portões das casas são enormes e muito trabalhados.
Existem inúmeras igrejas ortodoxas em madeira rodeadas de cemitérios cheios de trabalhos e cristos em madeira.O cenário é muito verde com encostas de erva semeadas com casas e árvores.
Na estrada vê-se aqui e ali carroças compridas (eu diria que para levar troncos) puxadas por cavalos. Também vimos cervos a atravessar a estrada.
Para acabar o dia e antes de abandonarmos a região fomos a sapanta ver o cemitério alegre. Um cemitério onde as lápides em azul forte e em madeira, claro, ilustram o falecido e têm um texto com uma história, supostamente engraçada, da vida do dito cujo.
Quando íamos para a terrinha onde íamos dormir ainda tivemos direito a uma bela passagem de montanha com um mosteiro bem lá no alto no meio da neve.
É verdade, já vos disse que se farta de chuviscar?

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Zegama é Zegama

Dia 1, sexta-feira

Já tínhamos passado há uns anos por zegama fora de época e, claro, não tem nada a ver.

Aqui respira-se trail em toda a vila. A vila é pequena (1500 habitantes) e não se passa mais nada.

Só há dois tipos de pessoas: locais, quase todos voluntários na prova e pessoas que vieram por causa da prova.

Hoje foi dia de quilómetro vertical ( 3km, 1000 m D+).

Quando chegámos a vila já estava fechada e tivemos de deixar o carro longe. Fomos a pé até ao centro. Na praça principal era a pre-partida da prova. Eram 2k. 200D+ até ao início. Também fomos espreitar a partida. Nada de muito interessante para ver mas o caminho no meio do bosque era bem giro.

Descemos e fomos buscar o carro e após algumas voltas à vila conseguimos estacionar perto do centro. Entrega de prémios, jantar na fan zone e siga para dormir.

Dia 2, sábado

Se tivesse aqui caído de para-quedas diria que a prova é hoje, tal é a quantidade de pessoas completamente equipadas só para treinar, aquecer ou simplesmente a tomar o pequeno-almoço.

Se calhar é obrigatório andar equipado… Ainda vou ser multado por não ter bastões ou andar de chinelos de dedo.

Dia 3, Domingo

Seis da manhã, hora de levantar. Os autocarros começam a subir para o “apeadeiro” às seis e meia. Depois é hora e meia montanha acima para chegar a Sancti Spiritu. Vou lá chegar pouco depois das oito e os primeiros não vão passar antes das 10:30 mas não me arrisco a apanhar o autocarro mais tarde, uma hora mais tarde vai implicar fila e sabe-se lá quanto tempo a conseguir apanhar o autocarro.

Entrei no primeiro autocarro e 15 minutos depois estávamos no apeadeiro do comboio para começar a caminhada pelos belos bosques na vertente da montanha. Percurso sem estória e cheguei lá acima para pela primeira vez perceber o cenário do ponto mais icónico da corrida. Uma coisa é ver as filmagens que normalmente só filmam os milhares de pessoas a gritar e os atletas a subir, mas estar aqui deu finalmente para perceber o que se passa: o túnel de San Adrian que permite a passagem para o outro lado da montanha está lá ao fundo por um caminho largo e plano a uns 500 metros da capela de Sancti Spiritu onde estou. Para a minha direita famosa subida que vi inúmeras vezes em video. Para lá da subida estará O Aizkorri, o pico que dá o nome à corrida juntamente com o nome da vila: Maratona de Montanha de Zegama-Aizkorri. À minha direita e mais abaixo uma pradaria verde com cavalos completa o cenário

Por enquanto ainda só há um par de centenas de pessoas; ainda faltam duas horas. Aproveito e vou até ao túnel fazer reconhecimento. Quando voltei a Sancti Spiritu a multidão começa-se a compor. Parecia que estavam a chegar comboios de Sintra uns atrás dos outros. No par de horas que passou, milhares de pessoas encheram a paisagem à minha frente enquanto outras tantas iam subindo e desaparecendo no horizonte em direcção ao Aizkorri. E não esquecer, para chegar ali o percurso mais curto tem 6km e 400 metros de desnível

Andei um bocado de um lado para o outro como uma criança numa loja de doces sem saber muito bem onde seria o melhor local? Subir até ao Aizkorri? Isso não, depois quero tentar ver os primeiros a chegar à meta e ainda são 6 kms a descer, vai demorar…acabei por ficar uns 100 metros acima da capela numa zona onde se juntava mais pessoal.

Entretanto a João, que tinha ficado em Zegama ia dando informação sobre os atletas que eu partilhava com os meus vizinhos mais próximos que passaram a considerar-me o melhor amigo que tinham ali no meio do monte.

E eis que chega o momento mágico, o momento que andava há anos para experimentar, o momento em que os atletas começam a passar.

O público não desiludiu e quando chegou o primeiro, ainda por cima Espanhol, a casa só não veio abaixo porque não havia casa. É uma loucura a afición dos espanhóis. Um espanhol a apoiar atletas aqui na montanha vale por 50 portugueses. Agora imaginem o que são milhares deles. Juntem-me a eles: gritei, não, berrei! Bati palmas, salteis e emocionei-me (wink wink). A cada atleta que passava uma explosão de energia, os desgraçados que abrandavam eram obrigados a acelerar ao som dos gritos e “ameaças” de porrada. E depois veio a primeira mulher, a Sara Alonzo, uma basca. Arre porra que estes gajos sabem gritar!

 

Passado alguns minutos de loucura, e após a passagem das primeiras 5 ou 10 mulheres começa um novo movimento. Centenas de pessoas começam a desmobilizar e a descer a montanha. O objectivo era obvio, o mesmo que o meu, ir ver a chegada dos primeiros.

E lá vamos nós, centenas e centenas a andar, a correr, a sprintar montanha abaixo. Eu lá fui tentando correr, mas os meus “novos” joelhos não estão para aí virados. Vou fazendo o que posso na descida a pique com as dores a impedir-me de dar passadas de jeito. Lá se vai a chegada dos primeiros…

Eis senão quando um carro pára a meu lado e pergunta se quero boleia. Devia ir a fazer uma bela figurinha, centena de pessoas e é a mim que pergunta se quero boleia… afinal há vantagens de estar completamente desgraçado do joelhos e incapaz de dar um passo a correr.

Graças à boleia cheguei a tempo de ver os primeiros. Juntei-me à João à espera dos momentos finais desta loucura. E os Espanhois voltaram a não desiludir!

Quando o marroquino Elhousine Elazzaoui chegou a casa que não existia voltou a vir abaixo, mas para mim o momento alto foi a chegada do Espanhol ex-atleta de orientação Andreus que festejou como se tivesse sido o primeiro e acertado no Euromilhões ao mesmo tempo. Vinha completamente desfeito, mas isso não o impediu de berrar e …cair para o lado (para a frente para ser mais exacto).

O sector feminino também foi momento de grande loucura com as Bascas Sara Alonso e Malen Osa a obterem o primeiro e terceiro lugar respectivamente.

Festa em cima de festa, é assim Zegama. Está cumprido um sonho com muitos anos. Agora faço parte dos privilegiados que podem falar sobre o que é assistir a esta prova e poder responder, com um ar de indiferença como se fosse a resposta mais normal do mundo, a quem perguntar como é estar lá:

Zegama? Zegama é Zegama…

Balcãs, dias 14 e 15: Belgrado

No último episódio: quando fomos do aeroporto para o centro como o autocarro estava demorado fomos à informação dos táxis para ver quanto era, perto estava um novo que disse que era taxista e que nos levava por 25 euros, eu como tenho bastantes más experiências com táxis duvidei dele e fui à informação perguntar quanto era e confirmaram esse valor. 

Ok, disse eu ao moço, vamos contigo ao que ele respondeu que não me queria levar porque eu não tinha confiado nele. 'tá boa…
Apesar de o povo parecer no geral simpático, o mesmo não se pode dizer do pessoal que trabalha com turistas. 
Enfim, siga para Belgrado. Uma das coisas que queríamos ver era o que os museus diziam sobre as guerras. Na Bosnia são muitos os museus sobre a guerra ou que falam dela. Como seria aqui? 
Pois, não é. Em nenhum museu se fala da (s) guerra (s), zero, nicles. A inscrição “the only genocide in the balkans was against the serbs” foi das poucas coisas que vimos sobre o assunto. 
Tirando isso, Belgrado é grande, tem um forte junto ao Danúbio gigantesco cuja primeira versão foi feita pelos celtas e que foi crescendo civilização a civilização chegado ao tamanho e emaranhado de muralhas que tem hoje. 
Tem boas zonas pedonais, incluído uma zona pequena de restaurantes e uma avenida com perto de um quilómetro de comprido onde se encontram as marcas do costume e onde se encontram alguns vendedores de rua e nessa rua ou por perto podemos encontrar cerca de uma dezena de grandes livrarias.
Finalmente e imperdível, tem  uma impressionante igreja ortodoxa que é a maior dos Balcãs e uma das maiores do mundo.
As igrejas ortodoxas são bastante bonitas com as paredes todas preenchidas com quadros feitos de pastilhas/mini azulejos com cores bastante vivas, mas esta bate todos os recordes. Ficámos mais de uma hora a aprecia-la.
Por falar em igrejas, esta malta por aqui é bastante religiosa. A esmagadora maioria das pessoas, desde a adolescente toda pintada ao sénior mais maltrapilho, cumpre os seguintes rituais: compra velas que coloca no “velódromo”. Quando entra, beija a armação da porta, de seguida passa pelas várias pinturas de santos, cristos e afins, benze-se e beija o quadro. Eventualmente tira uma selfie e no fim sai de costas e volta a beijar a armação da porta.
E que me lembre é só 🙂
Esta já está, venha a próxima mas primeiro há que descansar 😛

Balcãs, dia 13: de Novi Sad a Belgrado

O dia começou com um encontro com a pessoa do hostel que nos perguntou se éramos portugueses. 

Era uma servia de novi sad que tinha estado muitos anos em Portugal e falava um português perfeito. Contou-nos que tentou durante muito tempo obter cidadania portuguesa mas nunca conseguiu e acabou por desistir. Estivemos à conserva com ela quase duas horas. 
De seguida demos uma volta pelo forte de Novi Sad e o seu belo novelo de muralhas bem plantados mesmo em cima do Danúbio.
Visita feita rumámos a Belgrado onde entregámos o carro no aeroporto. É sempre um momento de alívio entregar o carro alugado sem nenhum arranhão que nos custe um ordenado :P, especialmente em países onde não sabem o que são limites de velocidade nem riscos contínuos nem sequer riscos contínuos em túneis. Vale tudo! 
O plano era entregar o carro, deixar as mochilas pesadas no aeroporto e seguir para o centro, mas este belo aeroporto não tem serviço de guarda de bagagem nem ninguém não informações que se preocupe minimamente com isso…
Lá seguimos no autocarro para o centro com as nossas mochilinhas com direito a uma bela caminhada até ao hostel…Sté se fez bem, só é pena o sacana do hostel ficar num segundo andar sem elevador :/
Pacotes entregues, saímos para uma caminhada nas zonas pedonais da cidade para ver o ambiente e comer qualquer coisa. 
Depois há que dormir cedo que o plano para o dia seguinte inclui muitas horas de caminhada 🙂

Balcãs, dia 12: de volta à sérvia

Ontem de noite (out seja as cinco da tarde) voltámos á Bosnia. Amanhã é dia de entregar o carro e por isso já vamos ficar perto de Belgrado o que implica fazer hoje mais quilómetros que o habitual. 
Esta volta à sérvia começou sob o signo de Portugal quando o sorumbático guarda fronteiriço aos verificar os nossos documentos perguntou “Sporting, porto, Benfica?” À nossa resposta se “Sporting” comentou que Sporting e porto estão bem mas o Benfica este ano está fraco. 
O plano para hoje é simples: visitar nos
Nis e kragujelac e acabar o dia em Novi Sad as três cidades assinaladas no guia e que ficam em linha de sul a norte da sérvia sendo que Novi sad fica perto de Belgrado.
Entre igrejas ortodoxas, castelos, mercados se passou o dia. 
Que me lembre destaco o gigante mercado em nis, uma espécie de mercado da fruta com mini-mercados à mistura a vender tudo o que se possa imaginar e onde andava a tocar uma banda de metais música ao estilo do Kusturica.
Também passámos por um campo de concentração nazi, algo que nunca me ocorreu ter existido aqui tão para sul.
Mas a parte gira do dia foi quando contactei o hostel que tínhamos acabado de reservar em Novi sad e a resposta foi “vocês são portugueses?”. Assim mesmo, em se português…


Balcãs, dia 11: kosovo

O kosovo é daqueles sítios que todos ouvimos falar e que nunca nos ocorreu que alguma vez iríamos visitar. Antes da Rússia invadir a Ucrânia as últimas guerras na Europa tinham passado por aqui. Neste momento ainda há milhares de militares da NATO na região em missão de manutenção da paz.

Foi por isso com alguma curiosidade (e apreensão) que nos dirigimos para a fronteira. Apreensão que só aumentou quando no telefonema do dia anterior para a agência de rent a car nos informaram que a seguradora não cobria o kosovo, coisa que não nos tinham dito antes. 
Fomos verificar e efectivamente o motivo l kosovo não faz parte dos países abrangidos pela carta verde mas existe um “seguro de fronteira” que se faz por sete dias quando se entra no kosovo para resolver o problema. Menos mal. 
Menos mal, pensávamos nós, mas na fronteira disseram-nos que como o carro era da sérvia não precisava do seguro. Nós ainda tentámos insistir mas nada e se houvesse problemas a seguradora fazia-nos, de certeza, um toma. 
Portanto a decisão foi limitar o tempo no kosovo ao mínimo e conduzir com cuidados ultra-redobrados. 
O plano era simples, ver duas das três cidades recomendadas no guia e subir para a servia ainda no mesmo dia. 
A primeira foi Pec que segundo o guia era uma cidade de acesso às rotas pedestres de longo curso nos Alpes Dinaricos. Imaginámos uma bela cidade de montanha com as suas casas em madeira e tal e coiso.. Pois pois, uma cidade tipo Marrocos foi o que nos saiu na rifa. Caos no trânsito, sem sítios para estacionar e os carros parados por todo o lado, um centro com centenas de lojas de tralha com os vendedores sentados à porta com ar de profundo .. nada no olhar e onde a roupa oficial parecia ser o fato de treino. Isto começa mal….
Demos uma volta, bebemos um chá e rumámos à capital, pristina. 
Mais uma vez fomos brindádos com intermináveis obras e confirmámos a presença das tropas da NATO que vimos circular pelas estradas. 
Pristina foi uma lufada de ar fresco. Apesar de haver alguns edifícios a precisar de obras, a avenida pedonal principal tinha um ar moderno e centenas/milhares de pessoas que não usavam fatos de treino passeavam. 
Mas mais uma vez o diabo está nos pormenores. A biblioteca nacional está velha e a precisar de obras. Aqui e ali viam-se ministérios/secções de ministérios em instalações pouco dignas, o que me deu a impressão de “fica aqui porque é o que se arranja” e um pouco por todo o lado vê-se placas a informar o apoio de países terceiros, especialmente os EUA. Ser um país tem custos e nota-se a milhas que o kosovo não tinha capacidade para o ser. Eu diria que se não fossem os apoios externos já tinha implodido.
Pristina visitada sem incidentes rodoviários, siga para a servia antes que a sorte acabe. Felizmente eram só mais umas dezenas de quilómetros, em obras claro 

Cláudio nas Nuvens