Assalto a Turku: Dia 4

Começou hoje o ETOC!

Foi o dia da cerimónia de abertura e do jantar oficial.
A cerimónia foi uma coisa simples com as equipas numa praça a ouvirem dois ou três discursos e a banda filarmónica do clube de orientação que organiza o evento.
Seguiu-se o “jantar” em modo buffet com saladas e …pizza :-/
O restaurante/bar tinha por baixo um salão de bowling onde o João e o Luís não querendo deixar em mãos alheias nenhum prémio fizeram respectivamente 162 e 161 pontos, os mais altos da noite tendo o João ganhado uma caixa de chocolate.
No início do dia fizemos mais uma prova de treino num terreno muito bom com desafios interessantes. Tinha 27 pontos, o Luís falhou 1, o João 2 e eu uns simpáticos 5 😛
De seguida ainda deu tempo para ir fazer uma corrida. Escolhemos no mapa uma zona com bom aspecto, fomos até lá e fomos surpreendidos com um pequeno bosque no meio de casas cheio de belos e maravilhosos afloramentos óptimos para correr. O bosquezito albergava um percurso de disc golf. Não estou a ver muito bem como se manda e encontra um disco no meio de tantas árvores, mas só isso em si deve ser um fartote!

Assalto a Turku: Dia 3

Segundo e último dia da prova de ETOC Warm Up.

O dia começou com uma visita ao terreno do Sprint PreO que não fizemos. Passámos um par de horas a analisar o mapa e o terreno. Era um terreno com muitos detalhes rochosos (claro) e com pouca vegetação e a prova fazia toda a partir de uma ciclovia plana. 
Definitivamente um terreno muito mais interessante do que a prova do dia anterior. Foi um exercício agradável que valeu bem a pena.
De tarde fizemos a segunda prova deste warm up. E esta sim, era uma prova digna de registo.
Terreno maioritariamente com boa visibilidade e sem pontos de localização impossível. Hoje já se viu quem é craque e houve  8 atletas com todos os resultados certos.
O Luís só falhou um ponto e mesmo assim só lhe deu um 22º lugar. Já o Valente falhou 2 e ficou em 49º. Já eu, É melhor não falhar nisso 😀
Pela primeira vez numa prova comecei a ficar sem tempo e tive de fazer bastantes pontos sem pensar muito para acabar dentro tempo. Juntando um par de erros parvos, fiz 6 erros, o que me deu o 119ª lugar em 158 atletas.
O dia foi acabado em “amena” cavaqueira a analisar o percurso, estratégias e asneiras da competição. 
AH! Já me esquecia do momento “divertido” do dia anterior:
Quando chegámos ao apartamento à noite no domingo, o apartamento estava vazio! Tinha desaparecido tudo mas curiosamente estava tudo perfeitamente limpinho e arrumado!
Porra!!! Fomos assaltados! Mas arrumaram depois de roubar? WTF?!!
Verificámos melhor. Estávamos no andar errado e o apartamento na mesma posição tinha a porta aberta, apesar de não nos termos apercebido e termos usado a chave… LOL

Assalto a Turku: dia 2

Hoje foi dia da primeira competição. Primeira de duas provas de pre-o no evento “etoc warmup” uma prova que antecede o prato principal, o ETOC – campeonato europeu de orientação de precisão.

Prova com 30 problemas e pouco mais de duas horas de duração.
Turku é uma cidade construída em cima e à volta de pedras, elemento que sabíamos não faltar nos mapas. Mas junto com as pedras tivemos direito a quantidades generosas de vegetação que ocultavam as estrelas da companhia. Juntando a isso um estilo de problemas já não muito usado e de resolução duvidosa deixou-me apreensivo. Isto está mesmo mau ou sou eu que não percebo nada disto?
Quando acabei o Luís também estava com cara que não tinha sido atropelado por um comboio de dúvidas existências. Finalmente chegou o João e também não vinha muito feliz.
E em conversas e pelos posts de outros atletas ninguém estava contente. Acho que para hoje todos vão levar moedas para atirar ao ar para escolher algumas das respostas.
No final até nem correu mal. O João conseguiu um excelente quarto lugar, eu fiquei em 50 e o Luís em 60, isso em 150 atletas mais coisa menos coisa.
Depois da prova ainda deu para fazer uma corridinha em floresta e acabámos o dia no apartamento dos espanhóis a testar a insonorização da construção finlandesa.
O meu projecto “como transformar os finlandeses em pessoas comunicativas” vai de vento em popa e eu diria que todos os que já indoutrinei (para aí 10% da população de Turku, ou mais!) estão prontos para cumprimentar pessoas com quem se cruzem!

 

 

Assalto a Turku: dia 1

Directas não é bem o meu departamento.
Por isso, sair de casa à meia noite para ir para o aeroporto apanhar o avião com chegada ao destino aí meio dia com sonecas em aeroportos e aviões pelo caminho foi um suplício mas fez-se.
Chegada ao destino, carro alugado sem stress… Sem stress se não contarmos a parte de tentar colocar o carro eléctrico híbrido a andar. 15 minutos para perceber o que fazer com aquilo.
O tempo está óptimo, solinho maravilhoso e calor qb.
Já nos instalámos no apartamento e já nos abastecemos. É jantar e ir dormir.
Entretanto já comecei o plano maquiavélico de obrigar os finlandeses a ficar bom dia quando passam por alguém e a interagir com estranhos que precisam de ajuda. Mooohhhaaahaaaha.

 

 

 

 

Devaneio do Verão de 2023

“É a bola ou o correio da manhã?”

“Nã… é um jornal a sério”

“ah…ok”.

A resposta saiu-me espontânea, sem tempo para pensar saiu arrogante e inútil. Ainda disse “este tem desporto que chegue…” mas o meu interlocutor já tinha desligado. Agora com tempo uma resposta melhor ocorreu-me “nã.. é o público. O CM é só desgraças, traz pouco de interessante e a bola é só futebol, este pelo menos fala de todos os desportos” … bah! Muito longo também não serve. Devia ter enveredado por algo mais socrático “Só posso escolher uma dessas duas opções?”

Minutos antes tinha estado a observar a mesa do meu interlocutor. Eram 3 ou 4 homens, 2 mulheres, uma adolescente e dois crianços. Elas, não eram, mas pareciam ciganas à conta dos cabelos liso e compridos; os crianços brincavam com armas de plástico made in china, já não me lembro da última vez que tinha visto semelhantes artefactos.

Na mesa ao lado, mesmo à minha frente, um casal de leste com Português quase perfeito partilhava mesa com um casal Português de meia idade, no braço uma tatuagem de um coração onde se lia “amor de mulher”. O assunto eram os problemas conjugais do costume; Se bem percebi o cidadão de leste ainda tinha menos vontade de se dedicar à bricolage do que eu.

Um casal novo, mulato e com ar urbano estava na fila para pagar. Pareciam peixes fora de água naquele ambiente branco, rural e parado no tempo.

O pessoal do “restaurante” também não parecia encaixar bem. Atrás da caixa com voz calma, barba curta, óculos e pouco cabelo fez-me lembrar o Rui Tavares. Não que fossem parecidos! Se o afirmasse em tribunal perdia com toda a certeza, mas a mim, lembrou-me o Rui. Já o moço que me serviu, cabelo apanhado, barba aparada, brincos, tatuagens abundantes e sotaque brasileiro ficava mais enquadrado no Extramuralhas do que aqui e destoava tanto como eu com o meu jornal que ainda por cima não era nem a bola nem o correio da manhã.

Sinto-me em Marrocos, é o que a “falta de sofisticação” do “restaurante” me faz lembrar. Não! É A Áustria; a ruralidade faz-me lembrar aquela festa relacionada com os madeireiros onde caímos de paraquedas. Faltam os suspensórios, mas tem salsichas. Ou será que parece mais a Argentina com pessoas simplesmente a apreciar a vida? Na realidade, tem muito pouco a ver com cada um dos cenários, mas sabe bem vê-los assomar à memória por tão pouco.
As ligações que faço entro o que vejo e o que leio no jornal (que não é a bola nem o correio da manhã) são de relação duvidosa, há que não tirar demasiadas conclusões. Não o faço. Limito-me a ginasticar os pensamentos, fazer jogos mentais que exercitam o raciocínio: Misturo tudo num pot-pourri de ideias, bebo um copo para limpar e começo de novo.

Estava, portanto, nas minhas sete, ou talvez mais, quintas a ler uma entrevista a um moço que é assistente social e/ou investigador em bairros problemáticos em Lisboa, a fazer people-watching e a misturar com o filme do dia anterior, o “A Primeira Purga”, onde num futuro próximo num bairro de Nova York é feita uma experiência radical: durante 12 horas não há ilegalidades. Nesse filme vale tudo até arrancar olhos. Sob o pretexto de deixar as pessoas descarregarem as frustrações da vida através de actos de violência gratuita, o objetivo é diminuir a população pobre.

Isso faz-me lembrar o artigo de ontem sobre a definição de partidos de extremistas e partidos radicais. Olho à minha volta. Quantas destas pessoas estão piursas da vida e vão votar no Chega porque eles é que vão acabar com <preencher com coisas que não se gosta>?

O texto de um tal Casanova sobre o futebol nas Arábias lê-se muito bem e o de uma moça enfermeira sobre educação sexual, idem-idem aspas-aspas. O arroz está um bocado empapado, mas o vinho escorrega bem. Dou por mim a jurar que não volto a passar tanto tempo sem comprar um jornal.

 

Rumo ao Norte: Dias finais

e as férias acabaram da mesma maneira que começaram: calmamente a ler, caminhar e a mergulhar nas águas quentinhas do cantábrico.

Depois do campismo La Paz voltámos a Gijon onde passámos mais um par de noites no campismo onde aproveitámos para mais uns mergulhos e conhecer o resto “recorrido costeiro” que nunca tinhamos percebido que era tão comprido.  Começa na ponta da praia oposta ao campismo, passa por este e segue para leste onde passa por mais 4 ou 5 praias. Coisa gira de fazer.

Na volta, parámos em Oviedo para a Sidra final e uma última paragem antes de passar por Leon por um restaurate do Ezequiel (famoso pela cecina) no meio da montanha. Uma loucura de gente! Só a servir eram mais de 20 pessoas. Um movimento como nunca vi. Comemos a nossa última cecina acompanhada de um tinto de verano e uma clara.

E está feito 🙂

Rumo ao Norte: Dia 12

Acho que já perdi um dia, mas tudo bem.
Hoje continuamos no campismo de La Paz. O tempo está um bocado miserável e o mar acompanha, por isso deu para molhar os pés e pouco mais.
Por outro lado, está maravilhoso para caminhar. Foram 7 kms para o lado Este e 14 para o lado Oeste.
Para o lado Este é jeitosinho, passa-se por uma vila muy bonita e depois vai-se sempre a ver o mar
Para o lado Oeste é uma grande seca até chegarmos aos bufons. Uns buracos no calcário por onde o mar entra e faz os belos sopros. Mais 1,5 km e chega-se ao rio … coiso… pequeno mas limpo enfiado entre ravinas de calcário. muy jeitoso.
[image: Imagem WhatsApp 2023-08-03 às 18.20.05.jpg]

Rumo ao Norte: dias 9, 10 e 11

Ainda demorou mais um dia mas lá conseguimos sair de gijon, mas não sei antes experimentar o contacto com uma caravela portuguesa. O raio do bixo andava a passear junto à praia e ferrou-me uma perna. As dores foram poucas o susto foi maior. Não fazia ideia de quão grave a cena era. Ao que parece pode ser grave, se formos alérgicos..
No dia em que íamos embora havia um festival aéreo que aproveitamos para ver. Uns aviões e uma helis. Coisa gira. De salientar o Euro Fighter typhon que nos passou várias vezes por cima. Uma coisa impressionante ter uma coisa daquelas a passar tão perto.
No dia seguinte lá conseguimos seguir o nosso plano de “best of” e fomos até Vinte Dé onde nos limitámos, conforme planeado, a aproveitar as vistas sem nos cansar nos muito. Ponto picado, siga para o próximo item da lista: o camping la paz que nos surpreende sempre. O tempo está mauzito e o mar também por isso se calhar baixamos já amanhã.
A ver vamos
Camping la paz

 

Rumo ao Norte: Dias 5,6,7 e 8

Caro diário,
Vai fazer 4 dias que estamos encalhados em Gijon. Não conseguimos continuar… Sinto no ar uma presença maligna que nos parece impedir de o fazer. Sentimo-nos constantemente obrigados a estar dentro de água, parece que este elemento a afugenta.
Esta estratégia tem os seus inconvenientes. Sinto no pescoço nascer o que me parece serem proto-guelras e já se notam membranas interdigitais.
Corremos o risco de a transformação ser permanente e já não podermos viver fora de água.
Esperem… sinto algo…. é A PRESENÇA MALIGNA! Há que fugir para dentro de água para despistar!
Até já…
NOTA:
É inteiramente falso que estejamos aqui por vontade própria. Quem de seu perfeito juízo ficaria num sítio onde a temperatura máxima do ar varia entre os 24 e 26 e a do mar, calmo e transparente anda entre os 22 e 24. E a praia? Horrível, sempre boa para correr nos seus 2 ou 3 km de extensão.
E a cultura? Do pior, exposições e filmes gratuitos a 100 metros do mar!
E o campismo, senhores??? o Campismo!!!! Da tenda ao mar são pelos menos 100 metros.
Eh pá, nem sei. É tudo mau!

 

 

Rumo ao Norte: Dia 4

Hoje o plano é ir para Gijon, a minha cidade (costeira) favorita em Espanha.
Pelo caminho passámos por Cangas del Narcea que fica no sopé de um parque natural do qual nunca tínhamos ouvido falar: Parque natural de las Fuentes del Narcea, Degaña e Ibias
Segundo a moça do centro de interpretação, o parque vale muito a pena e pensámos seriamente em alterar os nossos planos e passar por lá primeiro. Acábamos por não o fazer porque o sacana do parque não tem um único parque de campismo nas redondezas. Precisamos de estudar melhor o ataque ao dito cujo…
Além disso o cabo do meu Suunto está marado!!!!! Não consigo carregar o relógio!!!! o horror!!!! Estar sem relógio é estar sem acesso aos percursos que faço em montanha, aos dados de treinos que vou fazendo.. enfim, para quem não está bem a ver, imaginem um adolescente sem telemóvel!!!
Por isso, vir a Gijon comprar um cabo era da máxima importância! Mas…. nenhuma das lojas que vendem suuntos tem cabos 🙁 … no entanto o senhor de uma das lojas deixou-me usar o carregador do expositor 🙂 Já tenho bateria para mais um par de dias e amanhã devo lá passar outra vez.
Entretanto o tempo está uma treta, vamos ver se amanhã melhora :p
[image: Imagem WhatsApp 2023-07-25 às 21.57.08.jpg]

Cláudio nas Nuvens