E chegou ao fim a aventura romena! Ia com alguma ansiedade em relação ao que iria encontrar. Quão seguro seria este país, que tão má imagem tem em Portugal? Qual a qualidade dos alojamentos, das estradas, dos restaurantes. Afinal, é a Roménia. Esse país de Leste! E toda a gente sabe que os países de leste são … esquisitos.
O ambiente nocturno é maravilhoso. Muitos bares/restaurantes giros, muito movimento de pessoas e tudo calmo, sem confusões, sem pressas…
Também nos pareceu que saindo da Transilvânia há mais pobreza. Fomos até à fronteira com a Moldova e o estado de conservação e idade dos prédios nessa zona era francamente inferior.
Bem, o preconceituoso em mim apanhou uma grande tareia. Senti-me na Roménia como em casa. Os romenos são fisicamente parecidos connosco, um bocadinho mais de olhos claros que cá, provavelmente pelas influências alemãs. O nível de vida pareceu-me em tudo idêntico ao nosso. Roupas semelhantes, parque automóvel semelhante, supermercados semelhantes, bares e restaurantes maravilhosos (mais que cá!) e nenhum problema com pagamentos com cartão, o meu azul CGD funcionou em quase todo o lado. Conta-se pelos dedos de uma mão as vezes que tivemos de pagar em dinheiro (Leis, não há Euros para ninguém).
Andámos, e isto é importante, maioritariamente na Transilvânia onde, segundo nos disse um dos moços do museu steam-punk, o pessoal é mais descontraído, parecidos com os Portugueses, diz ele. E é verdade, o ambiente era calmo e pasme-se, os Romenos devem ser os campeões de respeito ao sinal vermelho nas passadeiras. Nem um carro no horizonte e eles ali paradinhos à espera do verde!
O ambiente nocturno é maravilhoso. Muitos bares/restaurantes giros, muito movimento de pessoas e tudo calmo, sem confusões, sem pressas…
Também é de destacar a disponibilidade para ajudar. Sempre que nos víamos atrapalhados, normalmente sobre como pagar nos transportes públicos, eramos imediatamente esclarecidos, em Inglês perfeito, por quem estava por perto. Faz-vos lembrar algum país? Também é interessante ouvir e ler Romeno, uma espécie de Italiano com sotaque Português e com muitas palavas espanholadas.
Nunca nos sentimentos minimamente inseguros (mas nunca estivemos na rua depois das 23:00). Um dos alojamentos onde estivemos ficava num bairro pobre/social o que me deixou algo apreensivo, mas houve zero problemas, nem sequer uma pessoa de quem tivéssemos algum receio. Zero chatices com tentativas de burlas ou de vendedores irritantes e insistentes. Algumas pessoas a pedir, mas nada fora do normal.
Claro que como bons latinos que são, como condutores deixam muito a desejar, ou então há muito pessoal com pressa para ir para as maternidades dar à luz! As estradas são quase sempre impecáveis e há obras em muitos locais, o que é sinal de modernização.
Também nos pareceu que saindo da Transilvânia há mais pobreza. Fomos até à fronteira com a Moldova e o estado de conservação e idade dos prédios nessa zona era francamente inferior.
A Roménia é famosa pelas suas florestas, vida animal (raios, onde mais nos podemos cruzar com um urso na estrada?) e zonas onde parece que o tempo parou; onde se vê muita construção em madeira e carroças puxadas por cavalos. Em Maramures, bem no Norte, parece que recuámos no tempo, mas não deixa de se pagar com cartão nas lojinhas. Mantêm-se, muita coisa como antigamente, mas parece-me, mais por gosto do que por pobreza.
Não se pode falar de Roménia sem falar de ciganos, afinal “toda gente sabe que é de lá que eles vêm” (apesar de serem originalmente do noroeste da Índia, especialmente das regiões atuais do Rajastão e Punjab.) e não deixa de ser uma maltita que causa sempre algum nervosismo a quem com eles tem de lidar. Mas quanto a isso nada podemos dizer, vimos no máximo meia dúzia, se não contarmos os que vimos em Iasi onde havia uma peregrinação religiosa e havia muito pessoal das aldeias, ciganos e não ciganos. Imagino que haja mais para o sul, onde há mais calor, mas pelas montanhas estavam praticamente ausentes.
Gostei tanto que era uma zona onde voltava sem dificuldade. Não só porque ficaram algumas coisas por ver como gostei tanto de alguns sítios, especialmente Cluj, que não me importava de repetir e até acrescentaria Cluj à lista de cidades onde não me importava de viver… se tivesse mar.
A Roménia aconselha-se? Não sei, porque não a vimos toda, mas a Transilvânia e arredores, oh pa, sim! Podem lá ir à confiança!
