“América a Bem ou a Mal”

Para os mais distraídos – e para os mais cínicos – os EUA são um país dito normal ou ocidentalizado, que é um termo muito em moda e que cai sempre bem. A verdade é que os EUA não são um país, são pelo menos dois.

Um que é parecido com a Europa, lúcido e ciente do seu lugar no mundo como um país como qualquer outro, enfim, talvez um bocadinho melhor.

E o outro? Bem, o outro é uma espécie de Europa medieval, furiosamente louca com todos os que não concordam consigo e que TEM de à força dominar o mundo, porque foi esse o destino que DEUS lhes deu. É esse país, de pensamento estranho para nós, – que só reconhecemos no fundamentalismo islamismo e que recusamos aceitar existir noutras latitudes – que tem dominado os EUA nos últimos anos. Este país conhecido como “Bible Belt” deu-nos algumas personagens “simpáticas” como Dick Cheney, Donald Rumsfeld e  George W. Bush que a pretexto de estarem a fazer o trabalho de deus – entre outras desculpas – invadiram o Iraque. São estes e outros como eles que fornecem armamento a Israel porque, como vem escrito na biblia, aquela zona do planeta foi dado aos israelitas por deus e como tal é seu por direito!

Felizmente as coisas estão a mudar com a nova presidência Americana, mas não pensem que podemos ficar descansados. É que enquanto a América “normal” aceitou democraticamente e sem contestação violenta as governações da América nacionalista/religiosa, o contrário não se vai/está a passar.  Basta assistir ao canal noticioso Fox para ver como os nacionalistas estão a reagir MUITO mal à perda de poder. Na Fox passam-se coisas deste género:

“… The only chance we have as a country right now is for Osama Bin Laden to deploy and detonate a major weapon in  the United States…”
Dito por Michael Scheuer, ex-chefe da unidade da CIA de contra-terrorismo responsavel por capturar Bin Laden, referindo-se ao facto de administração Obama ter uma postura muito “soft” em relação ao terrorismo e que vai levar à “derrota” dos EUA.

Quando li, há alguns meses, a previsão do analista Russo, Igor Panarin, sobre a divisão dos EUA em vários países achei que ele era louco, mas agora já não tenho tanta certeza.

Acham que estou a divagar? Se alguém divaga não sou eu, porque (quase) tudo o que aqui escrevi são teorias defendidas no livro “América a Bem ou a Mal” de Anatol Lieven, Tinha da China, 2007 e que nos leva a conhecer o fanatismo nacionalista existente nos EUA. Aconselha-se vivamente a quem esteja, realmente, interessado em conhecer melhor o famoso país do sonho.

Mais em:

Marinha Grande, Agosto de 2009

Nacionalismo Hindu

Há quem pense que a cultura Índiana é maravilhosa, sem racismo, sem preconceitos, enfim, sem nenhum dos defeitos das culturas ocidentais.

É provável que tenham visto filmes demais sobre o Gandhi, que convém salientar, apesar de ser anti-violência também tinha tiques nacionalistas.

Pois é, lamento informar-vos mas como em qualquer país, também a Índia tem as sua organizações/partidos racistas e nacionalistas que desprezam (e matam) os que não são como eles, neste caso os que não são hindus.

Podem ver mais na Wikipedia em : Nacionalismo Hindu

Santa Hipocrisia

Na edição de Verão do boletim das paroquias da baixa chiado que podem ler AQUI, o Cónego Armando Duarte admitindo que está a puxar a brasa à sua sardinha apela ao voto em Santana Lopes que, segundo ele, é um homem de palavra, de visão, justo e com vergonha. Mas, apesar de todos estes belos adjectivos,  o principal, e várias vezes repetido, argumento é que “Em 2002, mal tomou posse, o Dr. Santana Lopes recebeu-nos e aproveitou para nos dizer que queria ajudar na reabilitação das nossas igrejas.”.

Acho este apelo lamentável por várias razões:

1. A Igreja – leia-se “instituição religiosa de influência cristã com chefe em Roma” – tem a mania que representa deus na terra, e como tal há muitas pessoas que acreditam que isso é verdade. Os membros de uma instituição que se julga assim tão importante tem de ter muito cuidado com o que dizem, porque há pessoas que julgam que o que eles dizem é verdade absoluta. Apelar aos crentes que estejam atentos à sociedade e que intervenham nas decisões, parece-me bastante bem, apelar ao voto em X ou Y parece-me bastante mal.

2. A Igreja tem a mania que está acima da lei, não gosta de pagar impostos e tem direitos especiais que mais ninguém tem, obtidos através de contratos – concordatas – realizados com o Estado. Não me parece próprio que uma instituição que reclama para si este tipo de privilégios se meta na politica desta maneira. Das duas uma, ou são especiais porque os seus princípios são nobres e altruístas e calam o bico sobre inclinações politicas ou são como todas as outras associações/instituições, dizem o que querem, mas pagam como todos e sujeitam-se às regras da sociedade como todos.

3. A Igreja tem a mania das virtudes e representantes seus vêm apelar ao voto num Playboy! Sim,porque é muito bonito defender as virtudes, mas quando chega o momento da verdade, as virtudes que se lixem, o que interessa é…Dinheiro!
A única razão para se escolher Santana Lopes é porque ele prometeu ajudar na reabilitação das igrejas. Diz a Igreja que a nossa sociedade está condenada à desgraça; é hedonista, materialista, egoísta e esqueceu os valores morais e cristãos. Mas vem o senhor cónego apelar ao voto num indivíduo (que não segue os preceitos morais da Igreja), não porque ele ajuda os pobres ou os desfavorecidos, mas porque ele promete … dinheiro.  Santa Hipocrisia.

Nós e o Fememe

Pois é, fomos ao Fememe pela primeira vez e viemos lá contentinhos:
– Os concertos foram bons qb (alguns foram muito bons, mas em média ficou-se pelos bons qb)
– As praias são do melhor
– Porto covo é uma vila simpática com belos tascos e uma geladaria buffet

Enfim, um fds com cheiro a férias 🙂

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Talvez sejamos mais do que pensas

Diz Miguel Vale de Almeida no seu blog Os tempos que correm que “Talvez não sejamos muitos e muitas… … mas existimos. Somos as pessoas que, no espectro político-partidário, tal como ele se apresenta (e não o que idealizaríamos), se colocam entre o PS e o Bloco.”

Acho que estás enganado, “amigo” Miguel. Somos muitos, mesmo muitos! Somos aqueles que não estão agarrados a um partido e que temos têndencia para fazer o chamado voto útil. Votamos por convicção e não por cor, e não temos vergonha do admitir!

Sim, votei Bloco nas últimas legislativas porque acho que fazem uma oposição construtiva e de acordo com algumas ideias que defendo e sim, vou votar PS – a não ser que as sondagens lhe sejam muito favoraveis – porque a alternativa É MUITO MÁ!

Há muito boa gente a dizer que não vai votar PS porque o Sócrates é #$#%#% e &#&#%#%.  Isso é muito bonito, mas já PARARAM PARA PENSAR no que isso significa? Muitos não; o que é isso interessa? O que interessa é castigar o Sócrates e se no processo o país ficar mal servido, azar.

Podem ler o texto completo do Miguel AQUI.

CouchSurfing

Recebemos na semana passada a nossa primeira “cliente” de CS, A Freeda, de Toronto. Foi uma excelente experiência e correu 5 estrelas.

Um dos momentos altos, foi o reencontro da Freeda com os mórmons que a tinham ajudado no dia anterior a contactar-nos. Foi uma festa, com os mórmons verdadeiramente contentes, por voltarem a ver a Freeda e, quanto a mim, por terem pessoas a dirigem-se a eles ao invés de fugirem 🙂

Couch Surfers and Mórmons
Couch Surfers and Mórmons

A funcionalidade das familias

“É curioso escutar-se sempre a expressão ou fórmula “família disfuncional”, para dar conta dos problemas ou crises que atravessam os membros desses agregados. Todavia, desconheço a existência real de famílias “funcionais”, e estou mesmo em crer que a própria unidade “família” serve para a construção e instalação de programas de disfuncionalidade” sobre os seus membros, absolutamente necessários para o desenvolvimentos dos mesmos integrados nesse terrível e inevitável caos que é a própria existência humana.”

Pedro Moura em Ler BD

A filosofia ao serviço da ciência… ou será ao contrário?

“…Mas a linguagem deu mais valor à confiança e forçou-nos a uma atitude diferente naquilo que dizemos e ouvimos dizer. Se o vizinho da caverna ao lado avisa que está um leão atrás da colina há pouco a ganhar em ir lá ver se está mesmo. Em vez de nos basearmos em evidências acerca daquilo que é afirmado, avaliamos afirmações pela confiança na pessoa que o afirma. O que permitiu usar o conhecimento dos outros quase sem custos e criar estruturas sociais complexas. Permitiu a civilização. Mas pagámo-lo caro, com superstição, crendice, tretas e burlas que sem a confiança no que dizem não seriam possíveis. Muita gente está convicta de ter uma alma imortal só porque lho disseram. E só há poucos séculos é que finalmente pegou a ideia de separar factos e confiança. A ideia que podemos questionar aquilo que alguém diz sem ter de desconfiar da sua honestidade…”

Excelente artigo do Ludwig. Vale a pena ler no KTreta.

Cláudio nas Nuvens